Míriam Moura escreve: “Ora vejo escrito “feito à mão”. Ora, “feito a mão”. E daí? Fico na maior dúvida. A crase existe ou não?”
Nem sempre o grampinho resulta de crase (a+a). Às vezes, por questão de clareza, apela-se para a falsa crase. Usa-se à mesmo sem a contração da preposição com o artigo. É o caso de “vender à vista”. Aí, não há crase. No masculino, fica claro (vender a prazo). Por que o à?
Sem o acento, poder-se-ia entender que se quer vender a vista (o olho). O duplo sentido ocorre nas locuções que indicam meio e instrumento. Embora não seja obrigatório, usa-se à para evitar confusão: Matou-o à bala. Feriram-se à bala. Escrever à tinta. Feito à mão. Fechar à chave. Enxotar à pedrada.
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Cláudio Fontana pergunta: “Sou concurseiro. Outro dia, uma questão me deixou indeciso. Como uma resposta errada anulava uma certa, achei melhor deixar a pergunta de lado. Tratava-se do verbo intervir. Ele interviu ou interveio?
Os verbos têm pai e mãe. Intervir é filhote de vir. Pai e filho se conjugam do mesmo jeitinho: eu vim (intervim), ele veio (interveio), nós viemos (interviemos), eles vieram (intervieram).
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