Discutíamos aqui na redação: todas as cidades satélites só estão corretas sem artigo definido (em Ceilândia, em Taguatinga, em Samambaia)? Ou podemos usar artigos definidos em alguma? Há alguma explicação?
(Braitner Moreira)
Sabia? O calo da crase não é a preposição. É o artigo. O desafio consiste em descobrir se o nome pede o pequenino. Cidade, como você pode ver no 6º pecado (post anterior), não aceita a companhia do a.
As cidades do Distrito Federal são chamadas de cidade, mas, no duro, são bairros. Aí, o tratamento varia. Alguns admitem artigo, outros dispensam-no (Copacabana, Ipanema, o Leblon, a Barra). Dizemos o Guará, mas Taguatinga, Sobradinho, Samambaia, Planaltina. Como saber? Recorra ao macete que desvenda o mistério de urbes, estados e países. Lembre-se dos versos:
Se, ao voltar, volto da,
Craseio o a.
Se, ao voltar, volto de,
Crase pra quê?
Entendeu? Se no troca-troca der da (ou do), é sinal de que a cidade pede artigo. Assim: volto do Gama (o Gama), volto do Varjão (o Varjão), volto do Recanto das Emas (o Recanto das Emas), volto do Riacho Fundo (o Riacho Fundo), volto de Brazlândia (Brazlândia).
Ceilândia é caso à parte. Alguns dizem a Ceilândia. Outros, Ceilândia. Conclusão: a cidade é como gilete. Corta dos dois lados.
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