Sou repórter de site. O que mais me assusta é a pressa. Morro de medo de escrever palavras incorretas. Na dúvida, recorro a sinônimos. Estou certo? (Mariano Cascais)
Certíssimo. A preocupação com a grafia certinha não vem de hoje. Na dúvida, o dicionário quebra o ganho. Mas, sem o paizão por perto, o jeito é encontrar saídas. Uma delas: trocar seis por meia dúzia. A língua é um conjunto de possibilidades. Você as aproveita como o chefe que presenteou os subordinados com ovos de Páscoa. Depois da cotação de preços, fez a compra e pediu à secretária que pagasse a despesa. Eis o diálogo:
— Faça um cheque de R$ 600. — Como se escreve seiscentos? — Faça dois cheques de 300. — Trezentos se escreve com s ou z? — Não sabe escrever 300? Faça quatro cheques de R$ 150. — Chefe, o trema foi abolido? — Pelo amor de Deus, mande pagar em dinheiro.
Resposta
O trema? A reforma ortográfica deixou a língua órfã das duas asinhas de urubu. Agora o u dos dígrafos gu e qu seguidos de e ou i está livre e solto. Mas nem tudo está perdido. A pronúncia se mantém como se nada tivesse mudado: tranquilo, aguentar, linguística.
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