Jamelão chegou ao céu. Nem precisou bater. Mal se aproximou da parada final, a porta se abriu. Lá estavam Cartola, Pixinguinha, Ari Barroso, Lupcínio, Tom, Vinicius, Emilinha, Marlene, Elis, Clara Nunes e a multidão de sambistas que foram na frente.
Surpresa! Todos vestiam verde-rosa. Era a homenagem que faziam ao dono do vozeirão que enchia a avenida no desfile da Mangueira. Dona Zica o recebeu de braços abetos. Antes de pôr a conversa em dia, chamou-o para um canto e contou indiscreta:
— Estamos no maior sufoco. Nenhum de nós conseguiu dizer com segurança qual o plural de verde-rosa.
Ele gargalhou gostoso. E, maroto, confessou:
— Já passei por esse sufoco. Agora tenho a resposta na ponta da língua. Os adjetivos compostos que indicam cor são invariáveis. Não têm plural nem singular, masculino ou feminino. É tudo igual: escola verde-rosa, escolas verde-rosa, vestido verde-rosa, vestidos verde-rosa.
Exemplos não faltam: blusa amarelo-canário, blusas amarelo-canário; uniforme azul-oliva, uniformes azul-oliva; olhos-verde-mar; vestido verde-garrafa, vestidos verde-garrafa; lenço amarelo-sangue, lenços amarelo-sangue.
Satisfeita, dona Zica conduziu o recém-chegado ao salão. A bateria, afinada, o esperava. Começou o samba. Nem o Senhor resistiu. Está na folia até agora.
A língua é pra lá de sociável. Conversa sem se cansar. E, no vai e…
Porcentagem joga no time dos partitivos como grupo, parte, a maior parte. Aí, a concordância…
O nome do mês tem origem pra lá de especial. O pai dele é nada…
Terremoto tem duas partes. Uma: terra. A outra: moto. As quatro letras querem dizer movimento.…
As línguas adoram bater papo. Umas influenciam as outras. A questão ficou tão banalizada que…
Nome de tribos indígenas não tem pedigree. Escreve-se com inicial minúscula (os tupis, os guaranis,…