Twitter gerou filhote. É tuitar. Ele dá nome à ação de milhões de pessoas mundão afora. Cadastradas, elas entram no microblog mais popular do planeta e dão o recado. Falam de si, fazem perguntas, bisbilhotam, respondem a questões, comentam atos praticados por políticos, celebridades, anônimos ou eles próprios.
O espaço da internet é pra lá de democrático. Acolhe qualquer um — eu, você, ele. Entre os membros ilustres, estão presidentes da República, autoridades dos Três Poderes, astros de Hollywood. Ao se inscrever, o novo blogueiro manifesta o desejo de seguir esta ou aquela pessoa. Passa, então, a ser avisado todas as vezes que a criatura postar algo.
Estrela ou gente comum, todos se submetem a um critério — o tamanho limite do texto. A mensagem deve caber em 280 toques. O que é isso? É isto: …………………………………………………………………………………………………………………………….……………………………………………………………………………………………………………………………. Convenhamos. É um desafio. Os esbanjadores verbais têm de conjugar o verbo poupar. No caso, menos é mais. Menos palavras e menos letras são sinônimo de mais informação. Vocábulos curtos expulsam os longos. Entre só e somente, por exemplo, não há dúvida. Dá-se a vez ao só.
As abreviaturas entram em cartaz. Não só as tradicionalmente conhecidas, aceitas e estudadas na escola. Mas também as abominadas pelos críticos das salas de bate-papo. Ali, que vira q; não, ñ; porque, pq; beijo, bj; você, vc; também, tb. E por aí vai. A criatividade e a compreensão funcionam como baliza. Nada mais.
Muitos abominam o modismo. É direito legítimo. Ao exercê-lo, porém, excluem-se. Caem fora não só do Twitter. O microblog se inspirou no SMS — mensagens de texto dos celulares. Para mandar recado por via tão simples, ninguém dispõe de mais de 280 toques. Entrar na onda, pois, não significa abandonar a norma culta. Significa ampliar as próprias possibilidades. Poliglotas na nossa língua, somamos mais uma às tantas que falamos ou escrevemos.
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