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“Ou o Brasil acaba com a saúva, ou a saúva acaba com o Brasil.” Mário de Andrade deu o ultimato em 1923. Eram os tempos do Jeca Tatu. Os anos passaram. A ciência venceu saúvas e outras pragas da ignorância, do atraso e do subdesenvolvimento. Mas não deu conta de outros. Um deles: o desperdício. Roberto Campos dizia que não damos valor às coisas porque somos produtores de banana. A fruta cai do céu. Ninguém precisa plantar a árvore para colher cachos e cachos da gostosura.
Bárbara Jardim Nunes vai além. Associa o desperdício a outra praga — a incompetência. Um e outro são faces da mesma moeda. A lavanderia entrega a roupa suja. O garçom serve a comida salgada. O taxista desconhece o percurso. A costureira corta torto o vestido. O pedreiro assenta azulejos de cabeça pra baixo. O engenheiro desconhece as manhas do cálculo. O médico erra o diagnóstico. A oficina entrega o carro com defeito. A cozinheira queima o feijão, embatuma o bolo, endurece a carne.
Ufa! O todo-poderoso consumidor exige seja refeito o serviço. Geralmente não paga nada pelo exercício do direito. Mas o desperdício cobra preço alto. Gasta-se material em dobro. Pune-se o meio ambiente. Compromete-se a vida e a saúde. Em bom português: joga-se no ralo a riqueza rala. Empobrece-se.
O desperdício não constitui exclusividade do povo, povinho ou povão. O Estado é pra lá de perdulário. Falta de parcimônia no uso de papel, energia, telefone, passagens, gasolina é miudeza diante dos grandes empreendimentos. A incompetência, aliada ou não à má-fé, atrasa o início das obras ou interrompe obras em execução. Razões não faltam. Ora descobrem-se falhas no projeto. Ora ausência do estudo de impacto ambiental. Ora erros na licitação.
Resultado: obra parada é sinônimo de prejuízo. Perde-se muito do executado e paga-se mais caro na retomada. É o caso da reforma dos apartamentos funcionais da Câmara dos Deputados. Já se foram R$ 30 milhões. Agora o trabalho ficará paralisada por um ano. Aí, começa tudo de novo. Luxo de país rico? Não mesmo. É miséria de país pobre.
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