Viva! Dezenove de novembro é Dia da Bandeira. O símbolo nacional nasceu em 1889, pouco depois da Proclamação da República. A obra não se deve a um só homem. Vários brasileiros ajudaram na tarefa. Raimundo Teixeira Mendes e Miguel Lemos se encarregaram do projeto. Décio Valadares, da arte. Desenhou o retângulo verde, o losango amarelo, o círculo azul e a faixa branca.
O hino veio mais tarde. O prefeito do Rio de Janeiro Francisco Pereira Passos teve a ideia. Convidou o poeta Olavo Bilac para compor a letra. E Francisco Braga, professor da Escola Nacional de Música, para bolar a música. Em 1906, a prefeitura adotou a canção. A meninada nas escolas a interpretava. Todos aplaudiam. Aos poucos, a moda pegou. Os militares aderiram. Os estados também.
Hoje o hino enfrenta dois problemas. Um deles: poucos o cantam. O outro: poucos o entendem. É natural. Ele completou 111 anos. Em um século, a língua muda. Palavras se aposentam. Gostos se alteram. A ordem inversa, antes o chique do chique, perdeu prestígio. Cedeu lugar à ordem direta.
E daí? Nada de reclamações estéreis. O jeito é dar um jeito: ganhar intimidade com estrofes & cia. Em homenagem ao pendão verde-amarelo, a coluna dá uma ajudinha a alunos, professores e curiosos. Põe os versos em ordem direta. E, de quebra, troca os vocábulos metidos a besta por outros mais simples. Resultado: o leão é manso como o gatinho lá de casa.
Hino da Bandeira
Salve, lindo pendão da esperança,
Salve, símbolo augusto da paz!
Tua nobre presença à lembrança
A grandeza da pátria nos traz.
(Salve, linda bandeira da esperança, salve, símbolo majestoso da paz, tua nobre presença nos traz à lembrança a grandeza da pátria.)
***
Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil.
(Recebe o carinho guardado em nosso peito jovem, querido símbolo da terra, da amada terra do Brasil.)
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Em teu seio formoso retratas
Este céu de puríssimo azul,
A verdura sem par destas matas
E o esplendor do Cruzeiro do Sul.
(Tu retratas este céu de azul puríssimo, o verdor ímpar destas matas e o esplendor do Cruzeiro do Sul em teu interior formoso.)
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Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil.
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Contemplando o teu vulto sagrado,
Compreendemos o nosso dever;
E o Brasil, por seus filhos amado,
Poderoso e feliz há de ser.
(Compreendemos o nosso dever ao olhar o teu vulto sagrado. E o Brasil, amado pelos filhos, poderoso e feliz há de ser.)
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Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil.
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Sobre a imensa nação brasileira,
Nos momentos de festa ou de dor,
Paira sempre, sagrada bandeira,
Pavilhão da justiça e do amor.
(Sagrada bandeira, bandeira da justiça e do amor, esteja sempre sobre a enorme nação brasileira nos momentos de festa ou de dor.)
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Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil.
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