A Copa acabou. É hora de prestar atenção às eleições. Candidatos pululam pra dar, vender, e emprestar. Algumas caras são novas. Outras pra lá de conhecidas. Muitos disputam a reeleição. É o caso do governador do Distrito Federal. Rodrigo Rollemberg quer se manter à frente do Executivo da capital do Brasil. O jeito? É disputar o voto do eleitor.
Vale, pois, a questão. Rollemberg é governador candidato ou candidato governador? Parece jogo de palavras. Mas não é. Questão semelhante quebrou a cabeça dos brasileiros no século 19. Em Memórias póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis escreveu: “Não sou um autor defunto, mas um defunto autor”.
Ao afirmar “não sou um autor defunto”, Machado se disse diferente dos demais escritores. Camões, José de Alencar, Clarice Lispector, Nélson Rodrigues escreveram em vida. Morreram depois de publicar os livros. São autores defuntos. Brás Cubas fez uma mágica. Escreveu as memórias depois de morto. É defunto que virou autor. E Rollemberg? É governador candidato. Em outras palavras: governador que se tornou candidato.
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