As eleições vêm aí. A palavra mais ouvida? É voto. “Quero seu voto”, avisa um candidato. “Conto com seu voto”, pede outro. “Vote em mim”, apela mais um. Ufa! Objeto tão desejado desperta curiosidades. Uma delas: qual a origem de tão amada criatura?
Acredite. Voto quer dizer promessa a Deus. Daí voto de castidade, voto de pobreza e tantos outros votos. A pessoa faz um pacto com o Senhor. Compromete-se a se privar deste ou daquele prazer. Em troca, espera alcançar esta ou aquela graça. É como um contrato. O Todo-Poderoso faz a parte dele e nós fazemos a nossa. Na relação bilateral, imperam a confiança e a fé. Dispensam-se registro em cartório e reconhecimento de firma.
Outra freguesia
Quem fica parado é poste. Palavras jogam em outro time. Movem-se. Mudam de contextos e significados. Voto não fugiu à regra. Com o tempo, ganhou cor política. Virou sinônimo de sufrágio. Mas, lá longe, mantém o significado. O eleitor dá o voto ao candidato. Espera que ele cumpra a promessa feita. Mas nem sempre a expectativa se torna realidade. O ungido pelas urnas se esquece do compromisso assumido. Vira traidor.
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