Falcatruas não faltam. Certos da impunidade, diretores desviam dinheiro do banco, fiscais fazem negociatas com impostos, administradores contratam obras superfaturadas. A mais recente: prefeitos mentem. Declaram mais alunos que os efetivamente matriculados. Com isso, abocanham os recursos destinados aos estudantes inexistentes.
O assunto foi manchete nos jornais. Todos recorreram a um termo para definir o que poderia ser, mas não é. Trata-se da palavra fantasma. Mas, na hora de escrever a frase, a porca torceu o rabo. Um senhor problema pintou na cabeça dos redatores. Foi a grafia de alunos fantasmas. Com hífen? O adjetivo se flexiona ou não?
A central de palpites entrou no ar. A sessão durou minutos sem fim. Mas, inclementes, os ponteiros do relógio avançavam. Era hora de bater o ponto final. O jeito foi dar um jeito — partir pra consulta. Eis a resposta: alunos fantasmas joga no time de navio fantasma, firma fantasma e funcionários fantasmas. O hífen não tem vez. E fantasma concorda em número com o substantivo a que se refere.
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