Lula ouviu o discurso de Dilma Rousseff. Sentiu arrepios. Lembrou-se, então, de história contada pelas feministas. Conhece? Deus criou o homem. Feita a obra, olhou para a criatura. “Posso fazer melhor”, concluiu. Criou a mulher.
O presidente chamou a ex-ministra. “Dilma”, aconselhou ele, “seja mais objetiva. Converse. Use a língua do povo.” A pupila não pensou duas vezes. Exigiu da equipe estratégias capazes de espalhar a campanha pela internet e rádios do interior. Entrou no site gravação de cinco minutos. Nela, a candidata responde a perguntas dos eleitores. É o “Fala Dilma”.
Informado, Lula correu para o computador. Estremeceu. “Ops! Cadê a vírgula?”, indagou. A explicação veio a seguir: “Dilma é vocativo. Elitista, o chamamento não se mistura com os demais termos da oração. Companheira e companheiros, vamos respeitar a idiossincrasia de ser tão especial: Fala, Dilma.”
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