O objeto de desejo das garotas? É ser modelo. Elas querem brilhar nas passarelas, enfeitar capas de revistas, viajar mundo afora. E, de quebra, ganhar muito, muito dinheiro. No Brasil, Gisele Bündchen serve de exemplo. Bela e vitoriosa, frequenta o jet set internacional, tem marido pra lá de charmoso e assina contratos milionários.
Por que não eu?, perguntam-se moças de Europa, França e Bahia. Um dos requisitos: ser pra lá de magra. Elas, então, fecham a boca. Comem cada vez menos. A balança aplaude. Elas se entusiasmam. Diminuem ainda mais as folhas de alface e as fatias de tomate. Perdem mais peso. Viram pele e osso. E se sentem gordas. Reforçam a dieta. E por aí vai o círculo vicioso.
Um dia se lembram que são gente. Querem comer como todo mundo. Não conseguem. Fruta, pão, leite, arroz, feijão não descem. Vão ao médico. É anorexia. Nada menos que 1% da população sofre da doença. São 60 milhões de pessoas. Delas, 20% não têm volta. Morrem.
Ditadura da moda
A doença que rouba a vida de moças e rapazes tem nome sofisticado. É anorexia. A palavra vem do grego. Na língua de Aristóteles e Platão, órexis significa apetite. O prefixo a indica negação. É o mesmo que aparece em anormal (não normal) e amoral (ausência de moral). Ao pé da letra, anorexia quer dizer perda do apetite. Em busca do corpo perfeito, a criatura se submete à ditadura da moda. Deixa de comer para se livrar de quilinhos. Mas abusa.
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