Foram meses de falação. O assunto ocupou páginas e páginas dos jornais. Roubou horas e horas do rádio. Mereceu minutos sem fim dos noticiários da tevê. Não faltaram debates. Nem análises. Nem comentários. Sobraram elucubrações. A questão: quem levaria a presidência da Câmara e a do Senado.
Apesar de todo o barulho, gente mais vivida não tinha dúvida. José Sarney e Michel Temer sentariam nas cobiçadas cadeiras. São cobras pra lá de criadas. Conhecem o caminho das pedras, da mente e do coração dos colegas. Só entram em disputa para ganhar. Candidatos do maior partido do Congresso, têm votos e manhas. Em suma: a eleição eram favas contadas.
Por falar em favas contadas…
Fava é irmãzinha do feijão. Hoje a gente come a delícia. Mas houve tempos em que a leguminosa teve outra utilidade. Servia para votar. O eleitor depositava favas nas urnas. As brancas significam sim. As pretas, não. Ganhava o candidato que obtivesse o maior número de favas brancas. Não adiantava espernear. O resultado eram favas contas. Divulgado, os vencedores recebiam os abraços e faziam um banquete com os votos.
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