“É nas páginas de um livro que podemos viajar sem sair de casa e conhecer a alma humana.” O emprego do “é que” está correto? Está. A língua deu a vez a penetra pra lá de ousado. Trata-se da partícula é que. Expletiva, ela pode ser jogada fora. Exemplos não faltam: Onde (é que) você mora? Por que (é que) empresários envolvidos na Operação Lava-Jato voltaram pra casa? Quem (é que) sabe a resposta? Nós (é que) somos patriotas.
O xis da questão
Olho vivo. A intrusa é inflexível. Invariável, não tem singular nem plural. É sempre igual. Que tal mandá-la plantar grama no asfalto? Xô, criatura indesejada! Assim: (É) nas páginas de um livro (que) podemos viajar sem sair de casa e conhecer a alma humana.
E daí? Sem a expletiva, o enunciado mantém-se correto. Mas perde ênfase. Ficar com ela? Livrar-se dela? É preferência de cada um. O resultado não muda. É acertar. Ou acertar.
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