Na gramática, nem todos são iguais perante a lei. Alguns são mais iguais. É o caso do sujeito. Dono e senhor da oração, ele manda e desmanda. Um dos caprichos do mandachuva: nunca vir preposicionado. Por isso, nem em delírio, combine o artigo ou o pronome que acompanha o todo-poderoso com a preposição. É briga certa. Dizer é hora do show começar? Valha-nos, Deus. Peça perdão de joelhos. E redima-se: É hora de o show começar. Superdica: para ser mais igual, o sujeito vem sempre, sempre mesmo, seguido de verbo no infinitivo: Antes de o galo cantar, tu me negarás três vezes. É hora de o trem chegar. Sobre a possibilidade de ele ganhar as eleições, muito se falará. É tempo de a TV diminuir a violência. Está na hora de eu entrar. Atenção, marinheiro de poucas viagens. Não seja mais real que o rei. Só o sujeito rejeita a preposição. Os outros termos pertencem ao time dos iguais: É hora do descanso. Falamos sobre a possibilidade de reconciliação dos dois. Gosto dela.
A língua é pra lá de sociável. Conversa sem se cansar. E, no vai e…
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