Os shoppings estão em festa. Os restaurantes sofisticam os cardápios. Elas e eles escolhem o figurino, contratam cabeleireiros, ensaiam gentilezas. Vale tudo no jogo da sedução. Amanhã é o Dia dos Namorados. Ganham destaque os verbos do vocabulário amoroso. Tratá-los com flores e perfumes alonga o caminho das duas pontas lembradas por Vinicius. “Que seja infinito enquanto dure”, disse o poetinha sobre o amor.
Trio amoroso
Amar, abraçar e beijar andam juntos. Até a língua conspira a favor da união. O trio é pele na pele. Transitivos diretos, os verbos dispensam a preposição: Paulo ama Maria, Maria ama Paulo. Paulo abraça Maria, Maria abraça Paulo. Paulo beija Maria, Maria beija Paulo.
O amor é cego, mas não surdo. Na substituição do nome pelo pronome, use o átono o ou a. É ele que exerce a função de objeto direto: Paulo ama Maria. (Paulo a ama.) Maria ama Paulo. (Maria o ama.) Paulo abraça Maria. (Paulo a abraça.) Maria abraça Paulo. (Maria o abraça.) Paulo beija Maria. (Paulo a beija.) Maria beija Paulo. (Maria o beija.)
Dizer lhe ama, lhe abraça, lhe beija? Nãooooooooooooooo! É tornar os verbos transitivos indiretos. Com eles, ergue-se barreira entre os pares. Resultado: um lá, outro cá.
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