A Bienal corria solta. Editores exibiam lançamentos. Escritores autografavam obras. Especialistas faziam palestras. Estudantes seguiam professores pelos corredores sem fim. Adultos e crianças desfilavam pelo mar de livros.
De repente, não mais que de repente, apareceu este convite: “Às 19h30, o gerente de Inovação e Novas Mídias da Editora FTD, Fernando Fonseca, media a mesa-redonda com o tema Games e Educação. O evento terá participação do chefe do Departamento de Computação da PUC-SP, David Lemes, e Mario Lapin, diretor da Virgo Games”.
Você foi ao debate? Nem você nem ninguém. Quem leu o texto caiu fora rapidinho. Por quê? Por causa do tropeço no verbo mediar. O danadinho pertence a turma pra lá de perigosa. Trata-se da gangue do MARIO. O nome se formou com a primeira letra dos cinco membros do grupo — mediar, ansiar, remediar, incendiar e odiar.
Eles se conjugam como o odiar — sem tirar nem pôr: odeio (medeio, anseio, remedeio, incendeio), odeia (medeia, anseia, remedeia, incendeia), odiamos (mediamos, ansiamos, remediamos, incendiamos), odeiam (medeiam, anseiam, remedeiam, incendeiam). E por aí vai.
É isso. O auditório teria gente entrando pelo ladrão se o convite estivesse com esta redação: Às 19h30, o gerente de Inovação e Novas Mídias da Editora FTD, Fernando Fonseca, medeia a mesa-redonda.
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