“O verbo concorda com o sujeito em pessoa e número”, diz a regra. Em outras palavras: aonde o sujeito vai, o verbo vai atrás. Refresque a memória: Eu estudo francês; Maria prefere russo. Nós trabalhamos das 8h às 18h. Eles passaram no teste.
Mas, na gramática como na vida, nem todos são iguais perante a lei. Alguns são mais iguais. É o caso da ex pressão “é suficiente”. Ardilosa, a sabida ridiculariza autoridades, desclassifica candidatos, mata amores. Pior: confunde a cabeça dos pobres mortais. Com ela, todo o cuidado é pouco.
Se o sujeito dá idéia de preço, peso, medida, valor ou quantidade, o verbo fica no singular. Não se flexiona nem a pedido de Deus: Quer ver? Trinta cadeiras é suficiente. Quinze reais é suficiente para pagar os ingressos. Dois quilos de carne é suficiente para fazer o churrasco. Trinta mil reais foi suficiente para contratar todos os assessores.
Atenção, muita atenção. Às vezes, o numeral vem acompanhado. Aí cessa tudo que a musa antiga canta. Se ele estiver antecedido de artigo ou pronome, pronto. Volta a democracia. O verbo se torna igual aos mortais. Concorda com o sujeito: Os 28% de aumento concedidos aos funcionários públicos são insuficientes. Quaisquer cinco reais são suficientes para pagar o estacionamento. Uns cinco quilos a mais seriam suficientes para ela recuperar o peso.
É isso.
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