De bem com a vida

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DAD SQUARISI // dadsquarisi.df@@dabr.com.br

Razões para o mau humor não faltam. Melhor: sobram. A gente liga a tevê. A crise do mundo rico desaba sobre nós. Destrói o sonho de um dia usufruir benesses iguais às de europeus e americanos. Não só. Assesta a espada de Dâmocles sobre a cabeça verde-amarela. Se a China, maior importador das commodities tupiniquins, andar pra trás, leva-nos no roldão.

As notícias domésticas não consolam. A Aids mata 12 mil brasileiros por ano. Entre as novas vítimas, prefere jovens de 15 a 24 anos. Homicídios e mortes no trânsito também optam por rapazes e moças nessa faixa etária. Gravidez precoce volta com força total. Nas unidades de recuperação, usuários de drogas convivem com sujeira, tortura e trabalho forçado.

Que tal uma saidinha? O Natal vem aí. Os apelos do consumo mobilizam crianças e adultos. Mas o trânsito não ajuda. Parece que todos tomaram a decisão de sair à mesma hora e ir ao mesmo lugar. A maior parte dessa turma joga no time dos mal-humorados mansos. Mas, aqui e ali, desponta o mal-humorado furioso.

Marcelinho Paraíba encontrou um. Foi em festa que rolava solta em Campina Grande. A cerveja acabou. Um dos convidados saiu pra renovar o estoque. O jogador do Sport aproveitou pra seduzir uma convidada. Ela não topou. Ele a beijou à força. Resultado: foi pro xilindró. A moça era irmã do delegado (que saíra pra comprar as louras geladas).

Sobram mal-humorados. Como não ser um deles? Há jeitos. Uma: não se levar muito a sério. Se lhe derem uma fechada no trânsito, nada de brigas e ameaças. Ande com uma língua de sogra no carro. À menor provocação, escancare-a diante do atrevido. Se ele não sorrir, é mal-humorado crônico.

No livro Vencer os obstáculos da vida, Gail Sherrhy desvenda o mistério das pessoas de bem-estar elevado. Elas têm senso de humor — a capacidade de ver o lado cômico de uma situação. Rir de si mesmo. E dos outros. Enxergar o divertido da coisa traz vantagens. A maior: a tolerância — admitir (e desculpar) falhas em si e nos demais. Os tolerantes aceitam novidades. Adaptam-se sem brigar e sem sofrer.

Os de bem com a vida candidatam-se a figurar no time dos bem-sucedidos. No futuro, dizem, as pessoas de sucesso terão a marca de cinco efes: fast, focused, flexible, friendly e fun. Em português: ágeis, focadas, flexíveis, amistosas e divertidas. Ops! O futuro é agora.

Dad Squarisi

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