Valha-nos, Deus! Trabalhadores terceirizados comem o pão que o diabo amassou. Além de não pertencerem ao quadro e darem mais duro que os concursados, muitos não recebem o salário no fim do mês. Em linguagem clara: levam calote dos empregadores. O fato ganhou manchete na semana. Na lista de irregularidades, questão curiosa chamou a atenção. Trata-se do berço da palavra calote.
O dicionário não jura de pés juntos. Mas sugere que o vocábulo vem do francês culotte — termo do jogo de dominó que designa a pedra que sobra na mão do jogador. Há quem diga que seria filhote de calo. A dissílaba dá nome à velha prática de feirantes. Eles ofereciam fatia de queijo ou de melão para o freguês experimentar. Se um aproveitador comia e não comprava, dava o calote. Que Deus nos proteja.
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