Crase: macete para não cair na cilada do nome masculino

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“Bebê à bordo”, anunciam decalques cidade afora. “Estou à caminho”, escreve o namorado à amada. “Carro movido à álcool”, dizem os classificados. Nada feito.

A regra é pra lá de sabida: o acento grave não tem vez antes de nome masculino. A razão é simples. Machinhos não aceitam o artigo a. Sem ele, nada de casório. Mas há construções em que aparece à antes de garotões. Abra o olho. É armadilha:

Trata-se do jogo do esconde-esconde. Aparentemente ocorre crase antes de palavra masculina. A aparência, outra vez, engana. Nessas construções, uma palavra feminina está sempre oculta:

Corta o cabelo à (maneira de) Paulo Coelho.

O carteiro não foi à Rua da Alfândega, mas à (Rua) do Ouvidor.

Dirigi-me à Livraria Nobel e, depois, à (Livraria) Siciliano.

Convenhamos: não é o caso do nenê a bordo nem do estar a caminho.

Dad Squarisi

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