DAD SQUARISI // dadsquarisi.df@@dabr.com.br
Cannes recebeu o G20. A charmosa praia francesa reuniu os governantes mais poderosos do mundo. Entre eles, os presidentes da França e dos Estados Unidos. A dupla se preparava para dar entrevista coletiva. Os repórteres receberam aparelhos de tradução — com uma advertência: só podiam ser ligados mediante autorização. Foi a maçã da Eva. Adões não resistiram. Ouviram conversa pra lá de indiscreta.
“Não suporto o Netanyahu, ele é um mentiroso”, disse o dono da casa. “Você está farto dele? Eu tenho de lidar com ele todos os dias”, respondeu Obama. O desabafo teria nascido de cobrança do americano. Ele reclamava de não ter sido informado da posição de Paris favorável à candidatura da Palestina a vaga na Unesco. Por que a gentileza? Dizem que a diplomacia europeia está pra lá de enfurecida com o premiê israelense. Responsabiliza-o pela suspensão das negociações de paz entre Telavive e Ramallah.
Eta ingenuidade! Como acreditar que jornalista não teria a curiosidade de saber a causa da proibição? Correr atrás é o papel dos profissionais da informação. Como duvidar do fim da privacidade? Os instrumentos eletrônicos, cada vez menores e mais sofisticados, viraram espiões. As câmeras filmam. As escutas revelam. Os pardais entregam. Placas magnetizadas deduram. Ao menor descuido, caímos na rede das autoridades ou na boca do povo.
A indiscrição não faz cerimônia. Ricupero, FHC, Clinton, Miterrand & cia. amargaram escutas. Nem a realeza escapou. Gravação trouxe a público o gosto exótico do príncipe Charles. “Queria ser seu tampão”, confidenciou ele à namorada Camilla. Virou garoto-propaganda da Tampax. É isso. Vai longe o tempo em que segredo era de quatro paredes. As paredes tornaram-se divisórias vulneráveis. Olhos e ouvidos bisbilhoteiros estão por toda parte. O jeito é prevenir. Regra de ouro: não faça, nem fale, nem escreva nada impróprio à divulgação. Lembre-se do conselho da vovó: “Macaco velho não mete a mão em cumbuca“.
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