Conversa de adolescentes

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Marcelo Abreu

Como diria o gaiato do alagoano Ancelmo Gois, “há testemunhas”. Estava agora há pouco tomando um café com meu amigo quando, de repente, chegaram duas adolescentes. Sem errar, deviam ter entre 15 e 16 anos. No máximo, 17. Sentaram-se ao nosso lado.

Adolescente fala alto. Não tem pudores. Nem se importa com quem escuta. No meio da conversa, entre uma teclada e outra no telefone dela, a ruivinha de olhos graúdos disse para a morena:

— Véi, como é que se escreve ansioso?

A morena, meio sem certeza, respondeu:

– Sei lá, cara. Acho que é com “c”.

A ruivinha, cheia de razão, disse:

– Porra, véi, o corretor do meu celular é muito burro. Aqui té escrito com “s”. Telefone sem noção, esse.

Então, tá… Sobrou pro burro do corretor. Ah, maldade!

Dad Squarisi

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