Vivemos de acordos. Matriculamos o filho nesta ou naquela escola porque acreditamos que ela retribuirá a confiança. Tomamos um táxi na certeza de que o motorista tem carteira de habilitação. Depositamos o dinheiro no banco sem duvidar de que podemos sacar os reais quando quisermos. Consultamos o médico sem pedir prova de que cursou a faculdade de medicina.
A língua também firma acordos. O mais célebre envolve dois velhos conhecidos. Um deles: o sujeito. O outro: o verbo. O primeiro manda. O segundo obedece. Daí a regra: o verbo concorda com o sujeito em pessoa e número. Aonde um vai, o outro vai atrás: eu trabalho, tu trabalhas, ele trabalha, nós trabalhamos, eles trabalham. O livro custa caro. Os livros custam caro.
Simples assim. Mas há construções que dão nó nos miolos. Uma delas: assim como. Outra: bem como.
Assim como, bem como
Essas duplinhas admitem duas leituras. Uma indica adição. A outra, comparação. O verbo, por isso, pode concordar com o primeiro termo ou com todos. A vírgula sinaliza o caminho a seguir:
O pai assim como o filho aplaudiram o espetáculo. O pai, assim como o filho, aplaudiu o espetáculo.
Paulo bem como Maria trabalham à noite. Paulo, bem como Maria, trabalha à noite.
Viu? Olho na vírgula. Ela faz a diferença.
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