“De fato, a evolução desse déficit merece atenção, mas, antes que signifique sinal amarelo, deve-se fazer várias ressalvas”, escreveu o editorial do Globo. Ops! O texto tropeçou numa das mais perigosas ciladas da língua. Trata-se da passiva sintética — aquela construída com o pronome se. Como o sujeito costuma vir depois do verbo, o redator o confunde com o objeto. Dá no que dá.
Há um jeito de escapar da armadilha. Basta construir a frase com o verbo ser. Aí, o sujeito aparece ao vivo e em cores. Veja: De fato, a evolução desse déficit merece atenção, mas, antes que signifique sinal amarelo, várias ressalvas devem ser feitas.
Ora, se várias ressalvas é o sujeito das duas orações, a única saída do verbo é concordar com ele: De fato, a evolução desse déficit merece atenção, mas, antes que signifique sinal amarelo, devem-se fazer várias ressalvas.
É isso. Manda quem pode, obedece quem tem juízo.
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