Há coisas que caíram de moda. Uma delas: armazém de secos e molhados. Outra: maiô com saiote. Muitas outras: máquina de datilografia, brilhantina no cabelo, pente no bolso, lenço de pano, eletrola, videocassete, disco de vinil. Comportamentos também ficaram pra trás. É o caso de fumar, dirigir sem cinto de segurança, furar a fila, jogar lixo na rua, arear panela, andar com rolinhos no cabelo.
E a carteirada? O abuso dos que se sentem superiores aos demais parecia pertencer a tempos idos e vividos. Tão idos que certas expressões usadas por eles viraram motivo de gozação. “Sabe com quem está falando?” é a mais consagrada. Às vezes sofre variações. “Sabe quem é meu pai?” “Você imagina quem sou eu?” “Já ouviu falar em fulano de tal?” E por aí vai.
O fora de moda
Ops! O desembargador Eduardo Siqueira ressuscitou a carteirada. Ele andava sem máscara pelo calçadão de Santos. O guarda o multou. A excelência virou bicho. Humilhou o profissional. Pra quê? A imagem ganhou o mundo. As palavras também.
Sai da frente
De carta nasceu carteira. De carteira, carteirada. O sufixo –ada transmite a ideia de movimento enérgico. É o mesmo que aparece em cartada e saraivada.
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