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Na recente viagem à Europa, Agnelo visitou quatro países. Entre eles, Alemanha e Inglaterra. Monumentos, prédios históricos, comércio dinâmico com certeza lhe chamaram a atenção. Os estádios mereceram observação cuidadosa. Ex-ministro dos Esportes, o governador quer fazer bonito em 2014. Brasília, uma das sedes da Copa, não merece ficar atrás das demais anfitriãs.
Mas, se ele tem olhos pra ver, deve ter se fixado num fato. Trata-se da fluidez do trânsito. No centro de Londres, quase não se veem carros particulares. Os poucos em geral circulam com motoristas. A raridade não se deve à falta de estacionamentos. Ao contrário. Há espaços públicos e privados pra dar e vender. A razão é outra: pra rodar por ali, paga-se senhor pedágio.
A cidade pôde se dar esse luxo porque oferece contrapartida à população. Rede composta por trens, metrôs e ônibus cobre os rincões mais distantes. São veículos novos e pontuais. Ninguém precisa comprar passagem na hora de embarcar ou desembarcar. O passageiro adquire um cartão diário, semanal, mensal, semestral ou anual. Com ele, pega qualquer meio para qualquer direção. Não só: os profissionais são gentis e qualificados. Dão informações precisas sobre destinos, horários, conexões e paradas.
Mais: homens, mulheres e jovens se locomovem de bicicleta com a certeza de que chegarão ao destino sem contratempos. As magrelas convivem com pedestres e motoristas. Além de farto bicicletário, têm vaga nos ônibus, trens e metrôs. Gente vestida de jeans e tênis, terno e gravata ou tailleur e salto alto pedalam com a naturalidade do suceder dos dias e das noites.
Agnelo talvez tenha andado pelos subúrbios afastados da capital inglesa. Terá visto regiões pobres e atrasadas. Ali não se cobra pedágio. Carros circulam livremente. Congestionamentos fazem parte do dia a dia. A conclusão é uma só: carro é sinônimo de pobreza e atraso. Se queremos jogar no time desenvolvido, miremos não só Londres. Berlim, Copenhagen, Oslo & cia. de vanguarda dizem em coro: “Xô, quatro rodas!”
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