Mal começou o controle das balas perdidas, vêm as explosões dos bueiros. Imagine a cena. A criatura caminha tranquilamente na calçada. De repente, não mais que de repente, voa pelos ares. Pode? No Rio pode. Bem-humorado, o carioca não deixa por menos. Decidiu aprender a conjugação do verbo explodir. Podemos dizer “eu explodo”?
Explodir sofre de incurável preguiça. Defectivo, só se conjuga nas formas em que o e ou o i seguem o d: explode, explodimos, explodem; explodi, explodiu, explodimos, explodiram; explodirei, explodirás; explodiria, explodisse. E por aí vai.
Eu explodo? Nem pensar. Use outras formas. Recorrer ao auxiliar é uma delas (vou explodir, posso explodir). Outra, apelar para sinônimos. Que tal estourar?
Olho vivo! O presente do subjuntivo, derivado da 1ª pessoa do presente do indicativo, também não existe. Nem em delírio diga “que eu exploda”. Por quê? Com a desobediência, você explode a língua.
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