PinduraMárcio Cotrim
Antes de tudo, a grafia certa é pendura e não pindura, como se diz em algumas regiões do Brasil. O berço do vocábulo vem do fato de que, nas antigas casas comerciais – tabernas, mercearias, farmácias, etc. – existia um prego onde o comerciante pendurava as contas dos fregueses que pediam para pagar depois. Quando o cliente retornava para pagar, tirava os papéis do prego, e o dono do estabelecimento somava e cobrava.
Até hoje, no Brasil, os alunos das faculdades de direito têm o costume de, no dia 11 de agosto, Dia do Advogado – data em que se comemora o aniversário da criação dos primeiros cursos superiores de direito no país – festejar em algum restaurante a efeméride e sair sem pagar. Alguns generosos proprietários chegam a oferecer refeições gratuitas aos estudantes nesse dia.
A propósito, certa vez – e não era Dia do Advogado – aconteceu no famoso restaurante Antonio’s, no Rio de Janeiro, singular assalto. Os ladrões chegaram e foram direto ao caixa, mas não para roubar dinheiro, mas para levar as contas dos clientes penduradas no prego. Considerando a quantidade de bebuns frequentadores do lugar, até que a féria não deve ter sido nada desprezível. . .
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