Viajar na maionese Márcio Cotrim
Duas características associadas à maionese justificam essa curiosa metáfora: por um lado, o jeito extremamente escorregadio e gorduroso do produto e, por outro, como decorrência, o fato de ele resultar de uma mistura de múltiplas substâncias – azeite, vinagre, gemas de ovos, sal e especiarias, tudo bem batido. Numa acepção bem recente, viaja na maionese quem, por desinformação ou falta de atenção sobre determinado assunto, o relaciona com outro totalmente diferente.
A propósito de maionese, o berço do vocábulo vem da pequena cidade de Mahon, capital da Ilha Minorca, na Espanha. Em 1756, em nome do rei Luís XIII, o duque de Richelieu ocupou a cidade. Cansado de todos os dias comer, na campanha, pratos à base de peixe e na falta de alimento mais substancial, apelou para seu criativo cozinheiro. O moço misturou o que havia disponível e produziu um molho tão saboroso que levou Richelieu a introduzi-lo na França com o nome de sauce mahonnaisse, o molho de Mahon, que se tornou festejado complemento em qualquer mesa que se preze.
Em 1912, um proprietário de mercearia em Nova York, chamado Richard Hellmann, começou a vender maionese pronta em potes. A novidade teve êxito imediato, liberando as pessoas da trabalheira de bater os ovos. Um recadinho: viva a maionese, mas não viaje muito nela. A barriga pode desabar.
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