As lebres e as rãs — o egoísmo

Era uma vez…

As lebres viviam assustadas. Se ouviam os passos de um animal na floresta, tremiam de medo. Se o vento soprava forte, se arrepiavam. Se trovoadas ecoavam no céu, corriam pra baixo da cama.

— Isso não é vida, disse a mais velha. É melhor morrer. Vamos nos jogar no abismo?

Todas concordaram. Sem pensar duas vezes, correram a toda velocidade em direção ao buraco. As rãs, que estavam quietas, ouviram o barulho dos passos das fujonas. Gritaram de pavor. As lebres pararam. Descobriram que havia animais mais apavorados do que elas.

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Há muita gente que se parece com as lebres. Pepê é um. Ele tinha prova de matemática. Precisava estudar 10 lições. Pra ficar sabido, tinha que deixar a televisão, o futebol e o cinema pra depois. Ele reclamou muito. Ligou, então, pra priminha Malu. Ela também tinha prova. Em vez de 10, precisava estudar 15 lições. E estava feliz da vida. Ele caiu em si. Deu-se conta de que todo mundo tem problemas. O jeito é enfrentá-los.

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Moral da história: é egoísmo pensar que nossos problemas são os maiores do mundo.

(Coluna publicada no suplemento infantil Super, que circula  aos sábados no Correio Braziliense)