Técnicos do Ibama preparavam relatório de pesquisa. De repente, não mais que de repente, tiveram de escrever geossíncrono. O palavrão tem duas partes. Um: geo-. Quer dizer terra. O outro: cronos. Significa tempo. É o nome do satélite cujo período de revolução corresponde ao período de rotação da Terra. A dúvida pintou. Como grafar a greguinha?
Sem dicionário por perto, partiram pros palpites. O achismo correu solto. Uns optaram por geo-síncrono. Outros, por geossíncrono. Não faltou quem depositasse as fichas no geosíncrono. O clima esquentou. Alguém propôs que apostassem dinheiro. Puseram cinco notas de R$ 100 sobre a mesa.
Recorreram, então, a consultas. Valeu tudo. Dicionários e gramáticas viraram vedetes. Lá estava a resposta: geo- tem alergia a hífen. Não aceita o tracinho nem a pedido de Deus. Daí geobotânica, geoeconomia, geografia, geopolítica, geofísico.
Quando o geo- for seguido de palavra iniciada por r ou s, dobram-se as consoantes. A razão? É simples como andar pra frente. Sem a dose dupla, muda a pronúncia. Valem os exemplos de carro, caro; cassa, casa. Por isso merecem nota dez as formas geossíncrono, georregião.
Final da história: os perdedores, coitados, viram o rico dinheirinho passar pro bolso dos vencedores. Que doooooooooooor!
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