Bolsonaro dava posse ao procurador-geral da República. De gravata verde-amarela, Augusto Aras olhava encantado para o morador do Planalto. O presidente retribuiu. Olhou o deslumbrado nos olhos e soltou esta:
— Com todo o respeito, foi amor à primeira vista.
Falar é uma coisa. Escrever, outra. Na hora de redigir a matéria para o jornal, pintou a dúvida: com crase ou sem crase? Os repórteres se dividiram em dois times. Um apostava no acentinho. O outro dispensava-o. E daí?
Alguém lembrou truque aprendido na sala de aula. Nos tempos em que a escola ensinava e o aluno aprendia, o professor disse que bastava substituir a palavra feminina por uma masculina. Se no troca-troca der ao, sinal de crase. Caso contrário, nada feito. O azinho fica com a cabeça pelada.
A moçada fez o teste com o substantivo olhar.
— Foi amor ao primeiro olhar.
Viva! Vem, acentinho:
— Foi amor à primeira vista.
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