Todas as rádios e todos os jornais deram hoje a notícia do espantoso que vitimou um navio italiano de cruzeiro. Isso me inspirou uma reflexão sobre propriedade vocabular.
O triste episódio do acidente ocorrido com um navio de cruzeiro ao largo da costa italiana deu lugar a mais uma prova do empobrecimento de nosso vocabulário.
Alguns jornais disseram que a embarcação afundou. Outros preferiram noticiar que a nave naufragou. Houve até quem se limitasse a dizer que encalhou. Nada feito. Afundar, naufragar, soçobrar transmitem a ideia de que o navio desapareceu nas águas e foi ao fundo. Encalhar informa que parou de navegar e ficou entravado. Não foi o que aconteceu.
O português — língua de calejados marinheiros que um dia se lançaram à conquista dos mares do planeta — tem palavras específicas para tudo o que se refere à navegação. O verbo que descreve com exatidão o acidente é adernar.
Algum jornal chegou a escrever que a embarcação virou. Não se pode dizer que esteja errado. No entanto, por que usar um “verbo ônibus” quando temos um específico? Que tal usar a palavra mais adequada? O navio adernou, isto é, deitou-se de lado sem ir ao fundo.
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