Fechadas as urnas, um verbo fez a festa. É agradecer. João Doria, governador eleito de São Paulo, abusou. No discurso da vitória, agradeceu a gregos, troianos, baianos e sergipanos. Ninguém ficou de fora. Nem o gato e o cachorrinho lá de casa. Mas houve um senão. Na euforia, o ungido pelas urnas maltratou o verbo agradecer. Em todas as frases, desrespeitou a regência do polissílabo. “Agradeço os eleitores que confiaram em mim” serve de exemplo.
Agradecer tem regras. Pede objeto direto de coisa e indireto de pessoa (a gente agradece alguma coisa a alguém. Ou agradece a alguém por alguma coisa): Os governadores eleitos agradeceram ao povo a confiança neles depositada. Dória agradeceu os votos. Agradeceu aos eleitores pelos votos recebidos. Luís agradeceu o presente ao pai. Agradeço ao diretor pela promoção. Agradeço aos eleitores que confiaram em mim.
Na substituição do alguém pelo pronome, é a vez do lhe: Agradeço-lhe pela colaboração. Agradeceu-lhes o apoio. Agradeço-lhes pela confiança. Os governadores eleitos lhe agradeceram a confiança neles depositada. Vamos agradecer aos cidadãos pelo comparecimento às urnas.
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