Marcelo Abreu anda preocupado. Conhecedor da língua, ele não se conforma com a injustiça que vê num dia e noutro também. O vilão é o acento. A vítima, um parente da tartaruga. Marcelo escreve: “Os cágados são os que mais sofrem com a falta de acentuação”.
A fortona
Na nossa linguinha, as palavras com mais de uma sílaba têm acento tônico. É a que soa mais forte. Nas oxítonas, ele cai na última sílaba. É o caso de urubu, tupi, papel. Nas paroxítonas, na penúltima. Valem os exemplos de casa, potente, mulato. Nas proparoxítonas, na antepenúltima. Tâmara, líderes e fósforo servem de prova.
Acento, pra que te quero?
O acento tônico pode ter acento gráfico. (Entram então na jogada as regras que a gente aprende na escola.) Em português só há dois: o agudo (avó) ou o circunflexo (avô). O agudo informa que o som é aberto. Manda escancarar a boca (sofá, café, fósforo). O circunflexo fecha o timbre (lâmpada, você, complô).
Cágado
Cágado joga no time de secretária e início. Com o acento, eles têm um significado. Sem o agudão, outro. Compare: A secretária abre a secretaria antes do início das aulas. Eu inicio meu expediente depois de fazer ginástica. E o cágado? Faça uma frase com os dois sentidos. Depois, escreva com todas as letras se o Marcelo Abreu tem ou não tem razão.
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