O musical Orfeu estreou há 54 anos. Agora, volta ao cartaz. Vem renovado. Montagem, direção, atores e cenário são diferentes. Mas a emoção do mitológico amor permanece. Lembra-se da história?
Orfeu fazia poesia. Cantava como anjo. Tocava lira como ninguém. Gente e bichos não resistiam aos encantos do artista. Ao ouvi-lo, os animais selvagens ficavam mansinhos, mansinhos. As plantas se viravam na direção dele. Homens, mulheres e crianças paravam, calmos e maravilhados com a voz e a música que ouviam.
Um dia, Orfeu conheceu Eurídice. Ela se apaixonou por ele. Ele caiu de paixão por ela. Os dois se casaram. Num domingo, o casal foi passear no campo. Eurídice tirou o sapato e correu pela grama. Feliz, não viu a cobra. Mas sentiu a picada. Morreu em poucos minutos.
O marido ficou triste, muito, mas muito triste. Decidiu procurá-la no reino dos mortos. Com o belo canto, comoveu Hades, o deus das sombras. Pediu a ele que a libertasse. Hades aceitou, mas impôs uma condição:
— Ande na frente da sua mulher. Não olhe pra trás. Só se volte quando chegar à Terra.
Os dois caminharam. Andaram muito. Ele na frente, ela atrás. Quando estavam quase chegando, bateu a dúvida em Orfeu. Eurídice o estaria seguindo? Olhou pra trás. Teve tempo de ver Eurídice desaparecer. Ela morreu de novo. Dessa vez, para sempre.
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