A classe mais sensível da língua? É o verbo. Só ele constrói orações. Sem a tão importante criatura, as palavras ficam soltas, à procura de elos. Importância cobra preço. Exige conjugação nota 10. Muitas vezes o falante não está nem aí. Distrai-se. Resultado: pisa formas que maltratam a língua. O leitor, sempre atento, protesta.
É o caso de Vera Lúcia Oliveira. Ao ler o jornal, ela encontrou esta frase: “Os brasilienses se disporam a cumprir as normas”. Ops! O pretérito perfeito pegou o repórter pelo pé. O sofisticado tempo é assim: dispus, dispôs, dispusemos, dispuseram.
É isso. Com esta redação, a língua teria sido poupada e a leitora satisfeita: Os brasilienses se dispuseram a cumprir as normas.
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