As palavras são como as roupas. Ficam gastas. Envelhecem. Quem primeiro se dá conta da perda do viço são os artistas. Eles, então, dão novos nomes a velhas denominações. Vale o exemplo de Gilberto Gil. O ministro cantor entregou a cadeira da Esplanada dos Ministérios. Falar em demissão? Qual o quê! Ele preferiu dar charme e colorido à saída. Chamou-a refazendo, refazenda — lembrança de sucesso dos anos 70.
Publicitários também se empenham em maquiagens vocabulares. Um dos alvos são profissões que almejam subir de status. Manicure virou designer de unhas. Costureira agora é estilista de moda. Empregada doméstica tornou-se secretária do lar. Decoradora batizou-se designer de interiores. Prostituta denomina-se
profissional do sexo.
Mãe não fica atrás. A mais antiga das profissões anda em baixa.Tão em baixa que nem é reconhecida. O jeito foi renomeá-la. Virou pesquisadora associada no campo do desenvolvimento infantil e das relações humanas. Chique não?
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