José Antônio Scarpati é atento telespectador. Adora documentários e, claro, não perde os telejornais. Uma expressão, porém, o incomoda. Trata-se do emprego do “a gente”. Outro dia, anotou duas frases em que a duplinha lhe roubou a paciência. Uma: “A gente vê que pode melhorar a saúde”. A outra: “A semana que vem a gente volta”.
Ele escreve: “Esses são exemplos da repetição desenfreada do `a gente´ em substituição ao pronome pessoal. Não gosto também do emprego do presente no lugar do futuro. Peço o seu comentário a respeito”.
José, a língua é um sistema de possibilidades. Oferece mais de uma forma de expressão. O falante escolhe a que lhe parece mais adequada. A duplinha a gente e o solitário nós dão o mesmo recado. Englobam o falante e os demais. Os repórteres o preferem a gente porque é mais informal que nós. Poderiam ter escolhido o monossílabo. Com um ou com outro, merecem nota 10.
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Os tempos verbais não fogem à regra. O presente, por exemplo, pode indicar presente, passado ou futuro. Quer ver?
Ação habitual (presente): Vou à aula todos os dias. Trabalhamos de segunda a sábado. Costumamos rezar pela manhã e à noite.
Ação passada (presente histórico): Colombo sai do porto de Palos com três caravelas — Santa Maria, Pinta e Niña. No caminho, enfrenta dificuldades. Mas chega à América.
Ação futura: Viajamos no fim do ano para a Europa. Daqui a pouco eu volto. Concluo o curso no próximo semestre.
A língua é pra lá de sociável. Conversa sem se cansar. E, no vai e…
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