“Meu afastamento se deve à questionamentos sobre minha isenção”, escreveu José Saraiva, membro do Conselho de Ética Pública da Presidência da República. Ele advoga para uma associação de construtoras da Bahia. Uma delas está à frente do prédio no qual o ministro Gedel Vieira Lima comprou um apartamento. Só que… a obra rouba a vista da Salvador histórica. Foi embargada.
Lá da capital baiana, o arranha-céu provocou crise em Brasília. Gedel pediu ao ministro da Cultura que desse um jeitinho no embargo. Não esperava a reação. Sua Excelência se demitiu e pôs a boca no mundo. O Conselho foi convocado. José Saraiva, com interesse pessoal no caso, caiu fora.
Na carta de afastamento, a verdadeira crise. O homem pisou a língua sem piedade. Ao escrever “à questionamentos”, esqueceu-se de pormenor pra lá de importante. Nome masculino rejeita a crase como o diabo rejeita a cruz. É que o grampinho indica o casamento de dois aa. Um é a preposição. O outro, o artigo a. Sem o casal, nada feito.
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