Governo pede maior prazo e licitação do Centro de Convenções deve ser finalizada mês que vem

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O início da concessão do Centro de Convenções Ulysses Guimarães vai atrasar novamente porque o governo pediu prazo maior para análise dos documentos apresentados. Na tarde desta terça-feira (27/3), o Executivo local recebeu uma única proposta para a gestão do espaço. De acordo com Rossini Dias, subsecretário de parcerias públicos-privadas, o GDF deve analisar os documentos em um prazo de cinco dias úteis.

A empresa Capital DF Administração de Eventos demonstrou interesse pelo espaço. Trata-se de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), ou seja, um complexo de empresas que se une para participar da licitação. As empresas participantes do consórcio são: VGS Produções, ESB 116 Administração e Participações LTDA e Centro Internacional de Convenções do Brasil.

O consórcio aceitou as regras do edital: valor mínimo de outorga por ano de R$ 2,6 milhões, preço a ser pago em cada aniversário do contrato. No ato da assinatura, R$ 3,8 milhões devem ser repassados pela empresa para o Executivo local. Outros R$ 12 milhões devem ser investidos na reforma do espaço.

Após a análise da documentação, se a empresa for habilitada, o governo tem 60 dias para assinar o contrato.

Se o contrato tivesse sido assinado hoje, esse seria o primeiro modelo de parceria público-privada que sairia do papel no governo de Rodrigo Rollemberg. O vencedor deve gerir o espaço por 25 anos. O concessionário também será responsável por administrar a Praça dos Namorados, que fica atrás do Centro de Convenções.

A exploração comercial fica por conta do recebimento de eventos, seja com a promoção deles, seja com o aluguel do espaço e a publicidade. A taxa de ocupação anual do Centro em eventos privados é de 20%, mas com potencial de crescimento.

Edital

O documento para a concessão do Centro de Convenções demorou mais de um ano e meio para ficar pronto, mesmo sendo considerado o modelo mais simples de parceria. Para conseguir interessados, o governo diminuiu o lance inicial do valor de investimento privado de R$ 79 milhões para R$ 12 milhões. A demora para o lançamento do edital e a cifra de investimento seis vezes menor do que a primeira tratativa no Centro de Convenções mostraram que o setor privado encarou com desinteresse a proposta do Executivo. A pouca atratividade somada à crise econômica que o país e o DF vivem fez o governo repensar o plano original.

Na primeira versão da parceira público-privada pensada pelo governo, o investidor teria de desembolsar contrapartidas, como construir um estacionamento subterrâneo, montar uma cozinha industrial e revitalizar a Praça dos Namorados. Agora, o governo voltou atrás, suspendeu as contrapartidas citadas e o somatório de benfeitorias abaixou para R$ 12 milhões. Além do valor em obras, o vencedor da proposta terá que desembolsar R$ 3,8 milhões na assinatura do contrato e pagar uma quantia anual de R$ 2,6 milhões para o GDF.

O grande desafio do futuro gestor do espaço será atrair mais eventos para o espaço do que o Estado conseguiu. Dados da Secretaria de Esporte, Turismo e Lazer mostram que o Centro de Convenções sediou 183 eventos em 2016 e gerou renda de R$ 3,2 milhões. Em 2017, até novembro, foram 135 eventos, com renda de R$ 2,27 milhões.

Estrutura

O Centro de Convenções tem 54 mil metros quadrados de área construída. O espaço é dividido em três alas e cinco auditórios. Há ainda 13 salas moduláveis, áreas de apoio e espaços para feiras e exposições.

Flávia Maia

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Flávia Maia

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