O consumidor mais uma vez vai pagar a conta da falta de planejamento do setor elétrico brasileiro. Além do reajuste anual, da inclusão das bandeiras tarifárias nas faturas, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), autorizou um aumento extraordinário para as distribuidoras que passa a valer a partir de hoje (2/3). A Companhia Energética de Brasília (CEB) terá o maior percentual de aumento do país, 24,1%. Dessa forma, de agosto do ano passado até março deste ano, a energia subiu 47,5%, valor superior ao que a CEB tinha pedido à Aneel e não tinha conseguido no plano de reajuste anual, que era de 45,08%.
Para piorar, a agência subiu também o valor praticado nas bandeiras tarifárias em 83,3% já no segundo mês de funcionamento das novas regras. Passou de R$ 3/kwh para R$5,50/kwh.
Associações de consumidores e de comerciantes já se manifestaram contra os aumentos. O Sindicato do Comércio Varejista e a Federação do Comércio no Distrito Federal informaram que terão que repassar os custos para o consumidor.
A Proteste Associação de Consumidores explicou que, embora o reajuste extraordinário esteja previsto em lei, ele não se justifica. “Nós entendemos que está havendo um descompasso grande entre a prestação de serviço ofertada e os preços cobrados. Todos os ônus da falta de planejamento são repassados para o consumidor e em troca, ele só recebe apagão e má prestação de serviços”, defende Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste.
De acordo com a Aneel e a CEB o reajuste teve como objetivo cobrir os custos não cobertos pelos reajustes de tarifas anuais, como o aumento do valor da compra de energia, a elevação da tarifa de Itaipu Binacional e recomposição da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).
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