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Sucos industrializados não possuem a quantidade de fruta prevista em lei, constata Idec
Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) mostra que as fabricantes de sucos industrializados não cumprem com a quantidade de fruta determinada pelo Ministério da Agricultura.
O Idec colheu amostras de 31 tipos de sucos, de sete marcas, Activia, Camp, Dafruta, Dell Vale, Fruthos, Maguary e Sufresh. Foram reprovados 10 sucos que não continham o teor de polpa ou suco de fruta exigido por lei. Segundo a norma em vigor, o percentual mínimo de fruta varia de 20% a 40%, dependendo do sabor do suco.
Os piores casos analisados são os de suco de manga e de pêssego, justamente aqueles que a legislação exige porcentagem maior, 40%. Foram reprovados sucos das marcas Camp, Dafruta, Maguary, Sufresh e Fruthos. Eles tinham de 20% a 30% do teor de fruta, quando o mínimo previsto em lei era de 40%.
Confira abaixo o quadro com as marcas, sabores, teores reais e os exigidos por lei.
Marca Sabor Teor de fruta que deveria ter (%) Teor de fruta identificado no teste (%) Camp Manga 40 25 Pêssego 40 25 Dafruta Manga 40 25 Pêssego 40 30 Fruthos Manga 40 30 Maguary Manga 40 30 Misto de maçã e Maracujá 30 20 Misto de maçã e pêssego 30 20 Sufresh Manga 40 25 Pêssego 40 20
Prazo para ressarcimento do World Bike Tour é estendido até 30 de abril
Os organizadores do evento World Bike Tour terão mais três meses para pagar aos consumidores o dinheiro referente às incrições do evento que não ocorreu no ano passado. Hoje, os organizadores estiveram no Ministério Público do Distrito Federal pedindo que o prazo para o ressarcimento fosse estendido.
No ano passado, representantes da World Bike Tour assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta com o MP para resolver a situação criada com os consumidores.
Até o momento, cerca de 1,6 mil pessoas receberam as devoluções, de um total de 4.367 inscritos.
Leia mais: MP pede explicações sobre cancelamento do World Bike Tour
Operadoras se reúnem com a ANS para mudar regras de monitoramento dos planos de saúde
Os monitoramentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que resultaram na suspensão de vários planos de saúde durante os dois últimos anos estão preocupando as empresas. Na segunda-feira, as operadoras se reuniram na agência com representantes da Proteste Associação de Consumidores e da Secretaria Nacional do Consumidor. Foi a segunda reunião em busca das mudanças nas regras do monitoramento.
Ano passado, as empresas entraram na Justiça alegando que não tinham direito de defesa e que eram apenas avisadas da suspensão da comercialização. A ANS alegou que a medida era preventiva e continuou com as penalidades. Porém, para tornar a relação entre o órgão regulador e empresas mais amistosa, a ANS propôs um conselho para discutir as regras do monitoramento com o auxílio das empresas e entidades de defesa do consumidor.
Na reunião de segunda, as operadoras fizeram ponderações ao modelo atual, mas ainda não apresentaram propostas nem documentos definitivos. Outras reuniões devem ocorrer e o que for decidido deve ser levado para uma audiência pública.
As empresas querem suas mensagens na caixa principal de e-mail
Todos os dias as empresas lotam as caixas de e-mail de consumidores com propagandas, ofertas e promoções. A maioria dos provedores de e-mail tem a caixa de spam e enviam as mensagens repetitivas para esse espaço. Porém, as empresas criaram mecanismos para que as suas mensagens não chegassem mais como spam, mas sim, na página principal.
Recentemente, o Gmail fez uma reestruturação e criou três abas na caixa de entrada: a Principal, a Social e as Promoções. O resultado foi que os e-mails das empresas voltaram a ficar em uma caixa separada, o que não agradou as companhias. Elas preferem estar na caixa principal. A TAM, por exemplo, mandou um e-mail para os clientes ensinando-os a colocar os e-mails da TAM na caixa principal. Agora, cabe ao consumidor escolher onde ele quer receber as informações das empresas das quais ele compra.
Uma tendência que cresce entre os consumidores é aproveitar as redes sociais para compartilhar um problema de consumo. Porém, se antes a reclamação era individual, restrita ao grupo de amigos, agora, a queixa de um internauta pode ser a mesma de pessoas desconhecidas. Assim, grupos de consumidores surgem na internet para tentar resolver um problema comum. São pessoas de diversos locais do país unidas no ambiente virtual em busca da solução de uma queixa de consumo.
O espaço pode ser usado para compartilhar informações, trocar experiências ou mesmo desabafar. Esse tipo de associação tem ocorrido com mais frequência e se manisfestado contra empresas dos mais diversos segmentos, como telefonia, lojas de varejo e construtoras.
Um exemplo é o $urreal, criado como uma comunidade para os cidadãos mostrarem preços e situações abusivas encontradas no comércio. Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba e Recife já possuem páginas com a expressão “$urreal-não pague”.
Movimentos de clientes prejudicados também ganham força. São consumidores como a historiadora Danielle do Carmo, 26 anos. Em dezembro do ano passado, ela comprou um computador em uma promoção do site do WalMart durante a noite. Pela manhã, checou no sistema se a compra tinha sido realizada e viu que o status da compra era de “aguardando pagamento”. Imprimiu o boleto e foi ao banco pagar o valor devido. Quando chegou em casa recebeu um e-mail da loja informando que a venda era um erro, que o computador foi vendido com preço equivocado e fora do valor de mercado. Assim que digitou no buscador do Facebook o nome da varejista, viu que existia um grupo de clientes de todo o Brasil insatisfeitos com a situação criada.
Desde então, Danielle faz parte do grupo e acompanha os desdobramentos e as ações coletivas propostas no grupo. São mais de 3 mil participantes de todos os estados brasileiros. Na página, os internautas relatam como foi o atendimento da empresa, o que o Procon local orientou, etc. Existe até um modelo de petição para os interessados em entrar na Justiça contra o Wal-Mart. “É bom participar para ter uma ideia do que está acontecendo. Acredito que é um caminho porque as informações ficam centralizadas, dá para fazer uma mobilização que sem a internet não seria possível”, explica.
Em nota, o WalMart lamentou o ocorrido e assegurou que ofereceu cupom de desconto de 30% para os clientes prejudicados. A varejista informou ainda que está melhorando o sistema para evitar esse tipo de erro.
Ambiente virtual
Na opinião de especialistas, a associação de consumidores insatisfeitos nas redes sociais em busca da solução de problemas é bem-vinda e uma importante estratégia de resolução dos conflitos. “Sou muito favorável a essas formas de manifestação da sociedade. Vejo nesses grupos uma forma mais madura de exercícios dos seus direitos”, acredita Ricardo Morishita, professor da Fundação Getulio Vargas e do Instituto Brasiliense de Direito Público.
Para Morishita, a coletividade da internet pode ajudar os consumidores, mas é preciso que ela saia do ambiente estritamente virtual. “Alguém do grupo precisa levar o ocorrido ao conhecimento das autoridades como Ministério Público, Procon, Defensoria Pública. O fato de ter várias pessoas envolvidas ajuda na investigação, na abertura de processos e no entendimento da lei. Por exemplo, se tem várias pessoas reclamando da mesma coisa, o juiz vai ver a verossimilhança e vai perceber que não é algo casual”, afirma.
Ildecer Amorim, presidente da Comissão de Direitos do Consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Distrito Federal, e conselheira do Procon-DF, defende a associação virtual, mas lembra que o consumidor não pode esquecer de comunicar o conflito aos órgãos de defesa oficiais.
Ela teme o afastamento do consumidor dos órgãos oficiais por causa da agilidade de resolução dos conflitos na internet. “A rede social é mais uma ferramenta de denúncia, que tem que ser usada. Mostra que o consumidor está atrás de resolver o problema e que ele aprendeu que a internet acaba sendo um caminho mais rápido.
Porém, se ele não procura os órgãos oficiais, eles não vão fazer nada, porque não tem denúncia. São esses órgãos que vão multar e impedir que outros consumidores passem pelo mesmo problema”, acredita. Ildecer lembra que o índice de resolutividade dos Procons está acima de 80%. “Se a pessoa não quer sair de casa, vá aos sites oficiais das agências reguladoras, dos Procons, o importante é a denúncia, o comunicado do que está ocorrendo”, reforça.
Empresas de olho nas redes
A internet como palco de reclamações de consumidores tem preocupado empresas. Na era virtual em que os consumidores se abastecem de informações na rede, uma série de queixas pode reduzir vendas e faturamentos. Por isso tem crescido o interesse das companhias em contratar agências especializadas em monitoramento na internet e redes sociais. Lucas Diniz é analista de social media marketing da Agência Cadastra e conta que a procura pelo serviço aumentou bastante nos últimos dois anos. “O que a gente percebe nesse primeiro momento é que as empresas querem saber o que estão falando dela na rede, mas ainda falta um direcionamento para esses dados. Não basta usá-los somente para remediar um problema, é preciso também um trabalho preventivo”, analisa.
Marcelo Loiacomo, diretor de novos negócios da Xgen e especialista em mídias sociais, lembra ainda que as empresas precisam tomar cuidado com o tipo de monitoramento que elas fazem. “Temos duas situações, uma em que o consumidor entra na página da empresa e deixa uma queixa ou uma sugestão e a empresa responde. Outra, é a empresa monitorar uma conversa entre amigos e responder alguma coisa. Pode parecer intromissão e que o cliente está sendo vigiado”, comenta.
Esse excesso de preocupação das empresas com as redes sociais pode refletir no afastamento das companhias dos próprios canais de comunicação, como o Serviço de Atendimento ao Cliente via telefone, pessoalmente ou e-mail. “O que é muito ruim. Porque talvez se o consumidor conseguisse resolver o seu problema direto com a empresa, ele não iria expô-la na rede social”, argumenta Loiacomo.
O que diz a lei
O associativismo pode ser muito importante para a defesa do consumidor, inclusive no ambiente virtual. Por exemplo, a inversão do ônus da prova (quando é a parte acusada que precisa provar que não fez) prevista no Código de Defesa do Consumidor não pode ser utilizada em caso de defeito no produto. Nessa situação, o cliente precisa mostrar o defeito. Porém, se tem um grupo de consumidores com o mesmo problema, em uma disputa judicial, o juiz pode entender que a verossimilhança dos casos cabe a inversão do ônus da prova. Há, inclusive, jurisprudências nesse sentido. Outra situação pode ser a facilidade de uma ação coletiva. As reclamações na rede podem levar o grupo a reunir documentos e fazer uma denúncia a órgãos como o Ministério Público.
Limite de reclamar
No ano passado, um consumidor foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios por caluniar uma empresa e os seus funcionários em uma página da internet. A sentença obrigava o cliente a retirar a publicação da rede virtual e a pagar uma indenização de R$ 9 mil mais a correção monetária. No entendimento do tribunal, a reclamação excedeu o limite do razoável. A sentença determinou que “ainda que o curso não tenha sido a contento, o Código de Defesa do Consumidor não contempla o excesso cometido pelo réu, cujas manifestações resultaram em violação do direito de personalidade dos autores, em face das palavras ofensivas perpetradas pelo réu na rede mundial de computadores”. O consumidor recorreu da decisão e aguarda julgamento no Superior Tribunal de Justiça.
Comportamento na rede
ERROS DAS EMPRESAS NAS REDES SOCIAIS
– Priorizar o atendimento nas redes sociais e não os canais de relacionamento com o consumidor
– Ao monitorar rede social, a empresa deve ter cuidado para não entrar na intimidade do cliente
– Discutir com o cliente via rede social
– Não responder as queixas deixadas pelo consumidor na página de relacionamento ou mesmo na rede social da empresa
ERROS DOS CONSUMIDORES NAS REDES SOCIAIS
– Ir somente para a rede social
– Não tentar resolver o problema com a empresa
– Xingar ou ser ofensivo às pessoas da empresa nas mensagens eletrônicas
– Não procurar os órgãos de defesa do consumidor se a resposta dada pela empresa não for satisfatória
VANTAGENS DA ASSOCIAÇÃO
– Troca de experiências e informações entre pessoas com o mesmo problema
– Acompanhamento dos diferentes desfechos para os casos expostos
– Futuras ações coletivas
– Verossimilhança dos casos, o que pode contribuir para o juiz dar uma sentença favorável ao ver a repetição do mesmo conflito de consumo
Foto: Erick Ungarelli/Arquivo pessoal
Plano de saúde é condenado por demora em autorização de procedimento
A Golden Cross terá que pagar R$ 6 mil de indenização por danos morais a uma cliente pela demora em autorizar um procedimento médico coberto pelo plano. Pela decisão da 9ª Vara Cível de Brasília, a operadora deverá ainda custear a realização de curetagem da segurada que sofreu um aborto espontâneo.
Segundo a segurada, ela migrou do plano coletivo para o individual. A vigência começaria a partir do primeiro pagamento efetuado, o que foi feito no dia 8 de agosto de 2012. Um dia depois, ela sofreu o aborto espontâneo e o plano se negou a autorizar a curetagem uterina, assim como a realização de ecografias, procedimentos básicos para a mulher que faz aborto.
No processo, a Golden Cross negou demora e afirmou que não tinha no sistema solicitação de ecografia ou recusa para realização.
Na decisão, a juíza Grace Correa Pereira, lembra que em caso de mudança de plano coletivo para individual não há carência e, portanto, os serviços não deveriam ser interrompidos. “Considerando a intensidade do sofrimento do autor, a falta de justificativa plausível para a recusa de cobertura para o tratamento de que ela necessitava, as condições econômicas das partes e o tempo decorrido da data do pedido médico e o cumprimento da obrigação pela ré, mostra-se adequada à compensação do dano moral sofrido pelo autor”, determina a sentença.
No começo do ano aumentam as despesas domésticas e pesa o orçamento. São impostos, matrícula escolar, material escolar, e as contas de fim de ano parceladas. Nesse contexto de arrocho, o consumidor deve redobrar o cuidado para não cair na armadilha do cheque especial.
Segundo um levantamento realizado pela Fundação Getulio Vargas em parceria com a Proteste Associação de Consumidores, as taxas do cheque especial chegam a 256,33%.
Foram analisados seis bancos. A maior taxa anual mostrada no levantamento foi do Citibank (256,33%). Em seguida, Santander (234,64%). A menor taxa praticada é a do Banco do Brasil, 110,7%.
Dessa forma, segundo cálculos da Proteste, se o consumidor usar R$ 500 do cheque especial com taxa de 250% e deixar rolar a dívida por um ano, chegará ao final de 12 meses devendo mais de R$ 1,7 mil – valor três vezes maior do que o original.
Veja o comparativo das taxas do cheque especial por banco: TAXAS ANUAIS (em %) Instituição Taxa do Cheque Especial (% a.a) Banco do Brasil 119,70 Bradesco 199,78 Santander 234,64 HSBC 234,07 Itaú 215,01 Citibank 256,33
Contratar o serviço de certas empresas no Brasil pode ser comparado a um casamento mal-sucedido. No começo são várias promessas e prevalece a boa relação. Porém, se há algum problema, deixar o relacionamento torna-se uma tarefa árdua, assim como um divórcio litigioso. Quando o consumidor anuncia que pretende cancelar o serviço, as empresas tendem a criar mecanismos para prendê-lo. Um dos mais conhecidos é a dificuldade de chegar até a pessoa responsável pelo cancelamento, são tantos atendentes e músicas de espera que fica difícil não perder a paciência. Depois, são vários questionamentos do motivo da desistência. Por fim, a estratégia é oferecer um serviço melhor do que o anterior ou preços promocionais.
Se o cliente resiste às investidas da empresa e mesmo assim resolve romper o contrato, isso não significa que seja o fim do relacionamento. O consumidor pode ter que lidar ainda com faturas indesejadas, taxas e multas adicionais, nem sempre legais. Foi o que ocorreu com o vigilante Renato Marques Pereira Viana, 39 anos, ele tinha um contrato de televisão por assinatura com a SKY. Cliente desde 2007, tentou romper o contrato com a operadora várias vezes, mas acabou desistindo por causa da burocracia. Em setembro do ano passado, Renato resolveu cancelar o serviço de vez. “Me passaram para vários atendentes, me fizeram propostas como das outras vezes, mas eu estava disposto a cancelar”, contou.
No dia seguinte, a operadora buscou os equipamentos e parecia que a relação entre Renato e a SKY estava finalmente terminada. Entretanto, um mês depois, uma fatura da SKY apareceu na caixa postal da caixa de Renato. Eram cobranças diversas, de taxas a canais extras. “Fiquei indignado. Por que eles estavam cobrando por um serviço que eu não tinha mais nem o aparelho? Liguei na empresa para reclamar e nada deles retirarem a fatura errada”, afirma. Após dias tentando, Renato entrou em contato com a Coluna Grita do Consumidor e só então conseguiu resolver o problema. Ao Blog do Consumidor, a SKY informou que pediu desculpas ao cliente e que providenciou o cancelamento da assinatura, sem débitos pendentes.
O segmento de telecomunicações é um dos mais difíceis de conseguir o rompimento de contrato, por isso, lidera a lista do Procon do Distrito Federal de reclamações envolvendo cancelamento e cobranças indevidas, em 2013, foram 11.792 queixas (veja inforgráfico). “O regulamento da telefonia proíbe a retenção de clientes. Inclusive, determina que a portabilidade seja feita em 24h. Mas a gente sabe que, na prática, as operadoras dificultam, colocam vários atendentes, não dão número de protocolo e a ligação cai no meio do atendimento”, comenta Marta Aur, assessora técnica do Procon de São Paulo.
Para tentar resolver essa situação, no fim do ano passado, o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), João Rezende, informou que o cancelamento para serviços de telefonia, como TV por assinatura, celular pós pago e telefonia fixa, será feito automaticamente, sem ter que passar por um atendente, apenas digitando teclas no telefone. O rompimento também poderá ser feito pela internet. A expectativa era de que as novas regras começassem a valer este ano. Mas, por enquanto, o processo está na agência para análise do Conselho Diretor.
Informação
A telefonia não é o único setor cuja desistência é sinônimo de dor de cabeça para o consumidor. Integram esta lista bancos, operadoras de planos de saúde, seguros e serviços turísticos. A dificuldade de comunicação é apontada pelos consumidores como um dos principais entraves. O dentista Jonas Cruz de Lima, 50 anos, por exemplo, cancelou uma linha da Oi Telefonia Fixa no Rio de Janeiro e se mudou para o Distrito Federal. No mês seguinte, o valor da conta cancelada foi debitado automaticamente. “Tentei contato com a operadora e não conseguia porque ela não tinha atendimento nacional. Como eu estava no DF ninguém podia resolver o meu problema. Foi complicado. Um desrespeito”, comenta o dentista. A Oi informou que a linha já foi cancelada.
“Pela lei brasileira, a comunicação entre o cliente e a empresa deve estar em primeiro lugar. No caso dos setores regulados, como telefonia, banco e aviação civil, ainda tem o decreto do Serviço de Atendimento ao Consumidor que deveria facilitar o acesso do consumidor ao fornecedor e em caso de cancelamento, deveria ser processado na hora”, explica Veridiana Alimonti, advogada do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
Para as associações e órgãos de defesa, o cumprimento do direito à informação das empresas para com o consumidor é essencial para evitar problemas futuros. “É muito importante ler o contrato e ver quais são as cláusulas de rescisão, se tem multa, como ela é calculada”, explica Rosana Grinberg, presidente do Fórum Nacional das Entidades Civis de Defesa do Consumidor. Nos contratos de adesão, em que o consumidor não pode mudar as cláusulas contratuais, a especialista recomenda que o consumidor guarde o contrato para se defender de futuros abusos, como cobrança de multa indevidas e taxas ilegais. “Se os itens do documento forem abusivos, o cliente tem razão, ele é a parte frágil da relação de consumo, pode procurar os órgãos de defesa”, informa Rosana. É importante lembrar que além da multa, pode ficar uma cobrança residual. O que o consumidor não pode é pegar pelo serviço depois que ele cancelou.
A cobrança de multas é legal, desde que o consumidor esteja avisado e que conste em contrato. No entendimento das associações de defesa, as multas não podem ultrapassar a 10% do valor do contrato. O que não ocorre no mercado, é possível encontrar valores acima de 50%. “O Idec entende que a multa compensatória não pode ser superior a 10% porque se não tem vantagem excessiva do fornecedor frente ao consumidor”, justifica Veridiana, advogada do Idec. Marta Aur, do Procon de São Paulo, lembra que a regra da multa não vale para segmentos como pacotes de turismo, aviação e cursos. “Nesses setores, o fornecedor pode ter prejuízo porque tem uma data, por isso ele pode cobrar uma multa maior, tem que ver caso por caso”.
As associações de defesa argumentam ainda que se o consumidor cancelar o serviço por má prestação dele, ele fica isento de pagar a multa, mesmo se houver fidelização. “Lembrando que a fidelização na telefonia só é válida se o consumidor ganhar algum benefício, seja um aparelho celular, um abatimento na conta”, informa Veridiana do Idec.
O QUE DIZ A LEI
O direito de cancelar um serviço está previsto no artigo 51 do Código de Defesa do Consumidor. Mas várias empresas, em especial as de telecomunicações – telefonia, internet e TV por assinatura – dificultam a vida do cliente quando ele pede o desligamento do serviço. O cancelamento do contrato é opção do consumidor e deve ser respeitado, não dificultado. O decreto do Serviço de Atendimento ao Consumidor 6523/2008 também assegurou que o pedido de cancelamento do consumidor via telefone ou internet deve ser processado na hora e a partir da solicitação, as cobranças devem ser suspensas. O decreto vale para 11 segmentos: telefonia fixa, móvel, TV por assinatura, bancos, financeiras, planos de saúde, seguradoras, transporte terrestre, aéreo, cartão de crédito e eletricidade.
CANCELAMENTO
Saiba como agir na hora de cancelar um serviço. Muitas empresas dificultam o rompimento do contrato e cobram valores abusivos
31.116Quantidade de consumidores que reclamaram em 2013 contra cancelamentos e cobranças indevidas
Segmentos mais difíceis de cancelar
– Telecomunicações – banda larga, celular, telefone fixo- Seguros de carros e da casa- Planos de saúde- Viagem – pacotes e passagens aéreas- Instituições financeiras
Entraves para o cancelamento
– Insistência dos atendentes para não cancelar o serviço- Oferecimento de outros serviços e promoções- O consumidor tem que passar por vários atendentes até chegar ao certo para cancelar- Os valores das multas- Taxas e residuais- Surgimento de cobranças indevidas
Como agir
– Antes de contratar o serviço, verifique no contrato quais são as condições de cancelamento- Se o consumidor cancelar porque o serviço oferecido é ruim, ele não precisa pagar valores referentes a multas e rescisões. Para provar a má qualidade do serviço, o consumidor precisa recolher provas. Por exemplo, no caso de banda larga, ele pode anexar os relatórios de medição da internet provando que o mínimo exigido pela Anatel não foi cumprido. – As multas devem ser razoáveis. No entendimento das associações de consumidores, o valor não deve ultrapassar a 10% do valor do serviço. – As empresas podem exigir cobrança residual, mas não podem cobrar valores referentes a depois do cancelamento – Fique de olho em taxas abusivas, elas não precisam ser pagas.- No caso de seguro e plano de saúde, a recomendação das associações de consumidores é que o cliente faça o cancelamento por escrito. Os procedimentos são importantes para que o consumidor possua uma prova de que o cancelamento foi solicitado. – Se vier cobrança indevida, o consumidor deve procurar a empresa e, se ela não resolver, o cliente pode procurar o Procon.
Segmentos campeões de reclamações em cancelamentos e cobranças indevidas em 2013
1º Telefonia: 11.7922° Assuntos Financeiros: 9.625 (nesse item entra banco e seguros) 3° Serviços Privados: 7.562 (nesse item entra plano de saúde e agências de viagem)4° Serviços Essenciais: 798 (nesse item entra água, luz, transporte público)5° Produtos: 741
*Fonte dos números: Procon-DF
A Fundação Getulio Vargas (FGV) e a Proteste Associação de Consumidores fizeram uma pesquisa comparando a inflação de seis países da América Latina com as taxas de juros praticadas pelas operadoras de cartão de crédito. O resultado é alarmante. A taxa média brasileira (280,82%) é 525% maior do que a do Peru, que é o país com a maior taxa dentre os analisados.
O Peru, que é o segundo país da região a ter valor maior, cobra 44,8% ao ano, e o México, 39,16%. O menor percentual é da Colômbia, com 28,31%.
No Brasil, enquanto a taxa básica da economia, a Selic, está no patamar de 10% ao ano, os juros do rotativo chegam a ser até 70 vezes maior que a taxa básica de juros da economia no País. Foram encontrados juros exorbitantes de mais de 700% ao ano no cartão Santander Platinum.
Dessa forma, um consumidor com o cartão rotativo acima de 700% ao ano tiver uma fatura no valor de R$ 500 e resolver pagar o mínimo – 20% do valor total da fatura -, depois de 12 meses, estará vendendo mais de R$ 3 mil.
Veja as taxas básicas, a inflação e o juro praticado no cartão de crédito:
Brasil:
Taxa básica: 10%
Inflação: 5,77%
Taxa de cartão de crédito: 280,82%
Argentina
Taxa básica: 20%
Inflação: 10,5%
Taxa de cartão de crédito: 35,82%
Chile
Taxa básica: 4,5%
Inflação: 2,3%
Taxa de cartão de crédito: 32,54%
Colômbia
Taxa básica: 3,2
Inflação: 1,7%
Taxa de cartão de crédito: 28,31%
Peru
Taxa básica: 3,2%
Inflação: 2,9%
Taxa de cartão de crédito: 44,88%
México
Taxa básica: 3,5%
Inflação: 3,6%
Taxa de cartão de crédito: 39,16%
Diferença de preços do material escolar chega a 1770,73%, diz Procon-DF
O Procon do Distrito Federal divulgou hoje a pesquisa de preços do material escolar. O levantamento foi feito em 12 papelarias com 25 itens. As variações de preços assustam: é possível encontrar diferenças de até 1770,73%. É o caso do estojo contendo dois lápis, borracha e apontador, o kit pode ser encontrado por R$ 2,05 ou R$ 38,35.
O rolo de fita adesiva colorida também tem variação de mais de 1000%, o item pode ser encontrado por R$ 0,30 até R$ 3,50.
Todos os materiais da lista apresentam diferenças de mais de 50%, por isso a importância dos pais em pesquisar antes de comprar.
No levantamento feito pelo Procon, é possível comprar a lista inteira gastando R$ 85,15 ou R$ 147,20, diferença de 72,87%.
A papelaria Arco-Íris apresentou o maior preço da lista (R$ 147,20), a Mari Papelaria conseguiu oferecer o menor valor (R$ 85,15).
Segue abaixo a lista feita pelo Procon com o menor preço encontrado, o maior e a variação:
Resma de papel A4- 500 folhas
Menor preço: R$ 9,90
Maior: R$ 15
Variação: 51,52%
Uma folha de papel de E.V.A tamanho cartolina
Menor preço: R$ 1,15
Maior: R$ 2
Variação: 73,91%
Uma folha de papel cartaz
Menor preço: R$ 0,40
Maior: R$ 0,89
Variação: 122,5%
Uma folha de papel crepom
Menor preço: R$ 0,48
Maior: R$ 0,80
Variação: 66,67%
Uma folha de papel laminado
Menor preço: R$ 0,50
Maior: R$ 0,99
Variação: 98%
Um metro de T.N.T
Menor preço: R$ 1,10
Maior: R$ 1,70
Variação: 54,55%
Um pote grande de tinta têmpera
Menor preço: R$ 2,29
Maior: R$ 6,90
Variação: 201.31%
Um tubo de cola líquida 90 g
Menor preço: R$ 0,74
Maior: R$ 2,10
Variação: 183,78%
Uma caixa de cola colorida 6 cores
Menor preço: R$ 2,90
Maior: R$ 6
Variação: 106,90%
Uma caneta de retroprojetor
Menor preço: R$ 1,70
Maior: R$ 2,99
Variação: 75,88%
Um bastão fino de cola quente
Menor preço: R$ 0,40
Maior: R$ 1,19
Variação: 197,50%
Uma cola glitter
Menor preço: R$ 1
Maior: R$ 2,50
Variação: 150%
Um rolo de fita adesiva colorida
Menor preço: R$ 0,30
Maior: R$ 3,50
Variação: 1066,67%
Uma caixa de giz de cera, 12 cores, bastão grande e grosso
Menor preço: R$ 1,50
Maior: R$ 3,50
Variação: 133,33%
Um conjunto hidrocor grossa, 12 cores
Menor preço: R$ 6,90
Maior: R$ 19,30
Variação: 179,71%
Uma caixa de lápis de cor gigante com apontador, 12 cores
Menor preço: R$ 9,59
Maior: R$ 25,90
Variação: 170,07%
Um pote de massinha de modelar
Menor preço: R$ 3,20
Maior: R$ 12,90
Variação: 303,13%
Um metro de papel contact transparente
Menor preço: R$ 1,80
Maior: R$ 5,80
Variação: 222,22%
Uma tinta acrílica para artesanato
Menor preço: R$ 1,80
Maior: R$ 10,74
Variação: 496,67%
Uma pasta de elástico tamanho ofício, fina
Menor preço: R$ 1,10
Maior: R$ 2
Variação: 81,82%
Uma tesoura com ponta redonda
Menor preço: R$ 0,79
Maior: R$ 4,89
Variação: 518,99%
Um estojo contendo 2 lápis de escrever, 1 borracha e um apontador
Menor preço: R$ 2,05
Maior: R$ 38,35
Variação: 1770,73%
Um caderno grande capa dura, com espiral, 1 matéria
Menor preço: R$ 3,49
Maior: R$ 5,60
Variação: 60,46%
Um caderno grande de capa dura, com espiral, 10 matérias
Menor preço: R$ 4,89
Maior: R$ 8,90
Variação: 82%
Refil para fichário 96 folhas
Menor preço: R$ 3,80
Maior: R$ 6,90
Variação: 81,58%
Confira aqui a íntegra da pesquisa