Os imóveis usados no Distrito Federal tiveram a maior valorização dos últimos dois anos e meio. A alta registrada no último trimestre de 2016 foi de 6,13% em comparação com o mesmo período de 2015. Segundo o índice DMI-Viva Real, o preço médio do metro quadrado atingiu R$ 8.403 em 2016. Em 2015, o valor era de R$ 7.917. Vale lembrar que a pesquisa não contempla os lançamentos, atualmente, o principal estoque do mercado imobiliário local.
A média nacional de preço do metro quadrado é de R$ 4.846. A lista também conta com Rio de Janeiro (R$ 7.391,00/m²), São Paulo (R$ 6.829,00/m²), Recife (R$ 6.097,00/m²) e outras 30 cidades em diferentes regiões do país. A amostra contempla mais de 2 milhões de imóveis usados.
Em relação ao quarto trimestre de 2015, os bairros brasilienses com maiores valorizações para venda no último trimestre de 2016 foram Lago Sul (23,4%) e Lago Norte (8,4%). As desvalorizações ocorreram na Asa Norte (-2,6%), Sudoeste (-1,7%), Park Way (-1,6%) e Asa Sul (-1,4%). Entretanto, na análise do estudo, os índices são baixos.
Na análise de Aline Borbalan, head de inteligência de mercado do VivaReal, o bom desempenho da venda de usados deve-se ao fato de Brasília não sofrer tanto com eventos macroeconômicos como a crise financeira que o país e os estados atravessam. “Embora o desemprego também tenha chegado no DF, a estabilidade do funcionalismo público afasta a desconfiança que vem crescendo em outras cidades”. Para Aline, a oferta homogênea também contribui para o mercado da capital do país ser mais previsível. “No DF, a gente observa um padrão. Em São Paulo, por exemplo, tem um mix muito variado. Na mesma rua, pode ter apartamento estúdio e alto padrão. Se um desses imóveis desvaloriza, puxa o preço pra baixo”, afirma. “No Rio, se o imóvel estiver na orla, ele chega a ser 30% mais caro do que na mesma rua, mas localizado um pouco mais distante do mar”.
Entretanto, Aline destaca que o imóveis em outras regiões administrativas, como Ceilândia, Samambaia e Águas Claras começam a diferenciar desse padrão homogêneo e, no futuro, podem puxar os preços para baixo. Isso ainda não aconteceu porque muitos são lançamentos e não entraram na pesquisa.
A pesquisa não contempla os lançamentos. Atualmente, este tipo de imóvel é o principal estoque parado do mercado imobiliário brasiliense. “O DF está com um grande número de imóveis novos parados desde 2012 e precisa rever esse estoque que não tem um desempenho tão positivo quanto os usados”, analisa Aline.
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