Autor: Flávia Maia
Por Amanda Ferreira
Com a chegada do Dia das Crianças, os pequenos estão expostos à uma chuva de propagandas que estimulam o consumismo. O momento desafia os pais no processo de conscientização em relação a limites e é ideal para tentar educar as famílias sobre como lidar com a publicidade de produtos infantis, que é uma das mais agressivas do mercado. Parece bobagem, mas quando o assunto é consumismo, instruir as crianças desde cedo é algo essencial.
A pedagoga Fernanda Pereira, 34 anos, é mãe de primeira viagem de Pedro Henrique Pereira, 4. Ela entende que é importante começar, desde agora, a ensinar o filho a ter limites na hora de consumir. “É um exercicío pra vida. Quando somos adultos, nem sempre podemos ter tudo o que queremos e ele precisa compreender isso logo cedo”, acredita. Fernanda conta que o pequeno já dá valor ao dinheiro e entende quando os pais não podem comprar algo. “Sempre tentamos policiar o Pedro para que ele coloque na balança o que ele realmente precisa e o que pode esperar. Ele é um bom menino e por sorte, raramente faz birra”, afirma a mãe. Para o dia das crianças, Pedro pediu aos pais três brinquedos diferentes, mas Fernanda e o marido optaram por dar o mais barato, que atendia o orçamento do casal e as expectativas do filho.
Para o diretor do Instituto Brasileiro de Política e Direito do Consumidor (Brasilcon), Walter Moura, a responsabilidade dos pais em relação ao consumo da criança é imprescindível. Segundo ele, a criança e o adolescente não têm capacidade civil para compreender o mundo. “Os pais precisam educar os filhos, pois os dois podem ser vítimas de compras impulsivas. A criança, porque não tem escolha própria e está sempre influenciado por propagandas e os pais, porque acabam comprando os brinquedos e atendendo à vontades algumas vezes desnecessárias”, explica.
Walter acredita que os brinquedos têm importância fundamental na formação pedagógica dos pequenos e que, ao invés de comprarem produtos de marca, vinculados à personagens, os pais deveriam ser criativos e optarem por presentes que atendem a necessidade das crianças. Esse é o caso da assessora parlamentar Débora Ferreira, 32, mãe de Lucas Leite, de apenas 9 anos. Para a moça, priorizar os momentos em família é algo que sobressai qualquer tipo de consumismo: Débora direciona gastos para atividades de lazer como cinema, teatro e idas ao parque. “Desde cedo, eu e meu marido ensinamos o Lucas que o importante é estarmos todos juntos. Hoje, ele prefere que gastemos dinheiro com atividades que possamos nos divertir durante os fins de semana”, conta. A assessora admite que apesar de ser uma necessidade dos pais atender aos desejos do filho, Lucas precisa entender que não se pode ter tudo.
Na família de Débora, a questão do consumismo é lidada com tranquilidade. “Preferimos dar ao Lucas em atividades pequenas e achamos que isso nos dá mais retorno do que quando o presenteamos com coisas caras”, aponta a assessora. A moça e o marido, Júnior Leite, 35, não chegam a falar de valores com o filho, mas também não gastam com presentes fora de hora. A mãe conta que quando o menino quer um presente, ela tenta ser criativa. “Tento surpreende-lo. Quando ele pede uma chuteira e já tem muitas, por exemplo, invisto em uma chuteira para mim, assim podemos fazer algo juntos”, valoriza. Débora e Júnior acreditam que recordações são presentes para a vida e para o caráter e tentam, todos os dias, passar isso para o filho.
Apesar do processo de conscientização que tem ocorrido nas famílias, os pesquisadores da Brasilcon se mostram preocupados com a publicidade infantil. Para eles, a mesma ocorre expressamente e subliminarmente, vinda de uma indústria pesada, que transforma a infância dos pequenos em algo desvinculado das tradições brasileiras, familiares e regionais.
Quem ainda tem dificuldade em conscientizar a filha sobre o consumismo é a professora Cynthia Lyra, 50, mãe de Isadora Lyra, 11. Ela conta que apesar de achar fundamental passar para Isadora que tudo tem limites, a menina só se dá por satisfeita com coisas caras. “Eu tento explicar pra ela que não precisamos de grandes coisas para a nossa felicidade, mas o problema é que parece que essa geração só valoriza coisas caras. Acho que talvez seja culpa da televisão e do monte de propagandas incentivando ao consumismo”, desabafa.
A gerente de comunicação do Instituto Akatu, Gabriela Yamaguchi, afirma que os conceitos aprendidos na infância são incorporados com mais facilidade e que é de extrema importância a persistência dos pais quando o assunto é conscientização em relação ao consumismo. Para ela, os valores de respeito e consumo suficiente podem ser apresentados de forma lúdica, como na inclusão da criança no planejamento de compras da casa, de presentes e o uso de cofrinhos, por exemplo. “Os pais não devem influenciar a cultura do descartável e evitar o desperdício de roupas, brinquedos, objetos e até mesmo comida. A importância nas pequenas coisas devem ser ressaltadas e o envolvimento dos pais, e principalmente, da toda a família, é essencial”, orienta.
Para o Dia das Crianças, o consumidor pode ficar ligado nessas dicas:
- Orientar as crianças sobre os impulsos da publicidade infantil na hora de escolher os presentes
- Pesquisar preços, inclusive na internet, para verificar se houve aumento de valor no produto apenas pela comemoração do dia das crianças
- Comparar preços e não ter medo de pedir desconto
- Conferir as indicações sugeridas pelo fabricante para a idade da criança, assim ela poderá ter maior proveito possível do presente
- Ter cuidado com componentes alergênicos e nocivos à saúde
- Nas compras online, verificar com antecedência se o vendedor do produto goza de uma boa reputação e se não há muitas reclamações contra ele
- A verificação de brinquedos com defeitos deve ser reclamada de imediato para o direito de troca, mesmo com a embalagem aberto
- Em atrasos das entregas de compras online, verificar se não ocorreram prejuízos e reclamar o reembolso do pagamento caso a demora for muito longa
- Entre comprar brinquedo e pagar conta em atraso, prefira quitar sua dívida
- Não deixe de reclamar os defeitos nos brinquedos, pois a sua reclamação é o maior indicador para que as autoridades possam adotar providências contra maus fornecedores.
Para saber mais sobre consumo consciente acesse também o Instituto Akatu.
Golpe no BRB: Polícia acredita que dinheiro pode estar no exterior
As investigações da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) da Polícia Civil do Distrito Federal apontam que outros empresários do Gama estão envolvidos no esquema milionário de fraudes contra o Banco de Brasília (BRB). Os agentes da Operação Revés trabalham na busca desses novos suspeitos da trama que causou um prejuízo estimado de R$ 3,5 milhões à instituição. Segundo o delegado-chefe da DRF, Fernando Cesar Costa, até a próxima semana novas prisões devem ser decretadas. A Polícia não descarta também a hipótese do dinheiro ter sido enviado para fora do país.
Os investigadores fizeram diligências ontem em Goiânia (GO) para prender mais uma pessoa envolvida. Até agora são 37 mandados de prisão expedidos pela Justiça e 23 foram cumpridos. Responsável pelas investigações, Fernando Cesar, comunica que, neste momento, a polícia está analisando o caminho do dinheiro. “Estamos trabalhando para identificar outros empresários que também utilizavam o mesmo esquema. São redes de lojas do Gama. A gente espera ter outras prisões decretadas na próxima semana”, avisou.
Entre os envolvidos que continuam presos estão Ramon Carvalho Maurício, proprietário do correspondente bancário do BRB onde a fraude ocorria, e o empresário e candidato a deputado distrital nas eleições de 2014, pelo PPS, Luiz Carlos dos Reis, conhecido como “Iti”. Alguns envolvidos foram liberados pela própria Polícia após prestarem os devidos esclarecimentos.
O advogado de Luiz Carlos dos Reis, João Rodrigues Neto, comunicou ao Correio que pediu o relaxamento da prisão temporária contra o seu cliente. Entretanto, até o fechamento dessa edição, o documento não tinha sido expedido. De acordo com João Rodrigues Neto, Luiz Carlos assumiu em depoimento à Polícia Civil a participação no esquema, o empresário contou que era responsável por emitir boletos para Ramon quitá-los. “O Luiz Carlos assumiu a responsabilidade, reconheceu o erro e vai pagar na forma da lei. Achei bonita a conduta dele. Por isso, a prisão dele deve ser relaxada”, comunicou. O Correio não conseguiu localizar a defesa de Ramon Carvalho.
O Partido Popular Socialista (PPS), no qual Iti se candidatou na última votação, se manifestou dizendo que a atitude do candidato não condiz com os valores da legenda. “Ele veio em uma leva quando fundou o partido. Nem tem vida orgânica. Se ainda estiver filiado, vamos expulsar imediatamente”, disse o presidente do PPS-DF, Chico Andrade.
Por meio de nota, o BRB informou que o alto valor das transações realizadas no posto de atendimento do Gama chamou a atenção da área de correspondentes e de segurança da instituição. Por isso, a instituição comunicou à Polícia sobre a suspeita, que deu início às investigações. “Diversas ações foram realizadas para que o BRB tivesse o atual modelo de controle, que permite identificar ações como esta e tomar providências em tempo”.
Atenção especial
A fraude ocorreu em um posto de conveniência bancária do BRB, localizada dentro de uma loja de produtos automotivos chamada Gama Latas, no Setor Leste do Gama. Segundo as investigações, a ação ocorreu em menos de 12 horas, entre 8h30 e 18h30, em 19 de fevereiro. Documentos da polícia apontam a existência de uma “verdadeira organização criminosa, constituída para fraudar o BRB”.
As transações feitas fora do expediente bancário, os valores diários incomuns de movimentação e a responsabilidade de uma funcionário recém-contratado e sem qualificação para manusear malotes com quantias expressivas chamaram a atenção da Polícia. O suposto roubo do dispositivo de vigilância e de armazenamento de imagens fornecidos pelo BRB aos seus conveniados no mesmo dia que ocorreu a fraude “merece atenção especial”, conforme aponta a investigação.
A Polícia trabalha ainda com a hipótese de que o dinheiro desviado do BRB tenha sido lavado fora do país. Uma vez que um dos principais envolvidos, Ramon Maurício, viajou no mesmo dia da fraude para o Paraguai. “O que indica uma grande possibilidade dos valores subtraídos terem sido ‘lavados’ naquele país, ou utilizados para a perpetração de outros crimes”, analisa a Polícia.
Como funciona o esquema:
As investigações apontam que o esquema funcionou da seguinte forma: um funcionário fantasma, que utilizava o registro civil de uma vítima de roubo, autorizava as transações irregulares no correspondente bancário no BRB, no Setor Leste, no Gama. Ele fez 22 depósitos para diferentes empresas e pessoas físicas, em um total de R$ 102.100. Além disso, pagou, com recursos do BRB, boletos falsos em benefício de várias empresas, entre as quais postos de combustíveis, distribuidora de alimentos, companhia de serviços aeroportuários de transporte e agências de turismo. A Polícia contabilizou R$ 3,38 milhões em pagamentos.
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo declarou ontem (5/10) a inconstitucionalidade da Lei municipal nº 16.279/2015. O texto, de outubro de 2015, proíbe o uso de carros particulares cadastrados em aplicativos para transporte remunerado, como o Uber. Como punição, previa multa e apreensão do veículo. Entretanto, a sanção não estava ocorrendo, uma vez que o prefeito Fernando Haddad (PT) autorizou por decreto os serviços de transporte por aplicativo, no dia 10 de maio de 2016.
O relator do processo, desembargador Francisco Cascone, decidiu que a lei em questão ofende princípios da Constituição Federal, como o da livre iniciativa, da liberdade de trabalho e da livre concorrência. O voto reconhece também a diferença entre o serviço individual de natureza privado e o serviço individual público (realizado pelos taxistas).
Por nota, o Uber comemorou a decisão. “Uber segue em sua missão de oferecer transporte acessível e confiável para as pessoas”.
Bradesco faz migração de clientes do HSBC no próximo sábado; confira dicas para evitar problemas
A partir do próximo sábado (8/10), o Bradesco vai fazer a migração de todos dos 5 milhões de clientes do HSBC no Brasil para os seus sistemas. A empresa enviou comunicado e disponibilizou canais de atendimento. O Procon de São Paulo também acompanha a migração e dá orientações. Dessa forma, os consumidores com contas e empréstimos do HSBC devem ficar atentos para evitar problemas. As agências em todo país ganharão as marcas e sinalizações Bradesco, assim como as 3.816 máquinas de autoatendimento e os 448 postos em empresas. O Bradesco concluiu em julho a compra dos ativos do HSBC no Brasil.
O Bradesco informou que manterá benefícios, taxas e contratos assinados entre o HSBC e os clientes, mas não informou por quanto tempo. Dessa forma, o Procon de São Paulo orienta aos correntistas que prestem atenção especial e reclamem se perceberem alguma mudança nas condições acordadas para pacote de serviços, taxas, linhas de crédito e fundos de investimentos.
O Procon-SP esclarece que, qualquer informação sobre as condições de serviços ou características de um produto oferecidos pelo banco em folheto impresso distribuído dentro do banco ou enviado pelo Correio mantém a validade e deve ser cumprida, mesmo que não estabelecida em contrato. Se o folheto for publicitário também vincula e serve como prova, em caso de contradição.
O órgão de proteção aconselha atenção redobrada à consulta dos extratos para verificar cobranças indevidas. Vale lembrar que, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC) o contrato não pode ser alterado unilateralmente, toda mudança deve ser informada previamente ao consumidor.
O cliente que se sentir prejudicado pode registrar reclamação junto à ouvidoria da instituição bancária, Banco Central e/ou no Procon de sua cidade.
Para facilitar a transição, o Bradesco fez um tira-dúvidas. Confira:
Como acessar a conta corrente?
O primeiro passo para acessar a conta corrente é habilitar o Cartão de Débito Bradesco, o que deverá ser feito em uma máquina de autoatendimento. O cliente precisa cadastrar a senha de seis dígitos do cartão de débito e a biometria da palma da mão. Basta seguir as instruções que serão apresentadas na própria máquina.
Como acessar os canais digitais?
É preciso cadastrar a senha de 4 dígitos, o que pode ser feito nos próprios canais digitais (máquinas de autoatendimento, Internet Banking ou no Fone Fácil Bradesco). Para acessar o Mobile Banking Bradesco, o cliente deverá baixar gratuitamente o aplicativo Bradesco Celular, disponível para Android, iPhone, Blackberry e WindowsPhone.
Para as empresas, é necessário acessar o site pessoajuridica.bradesco. Na opção “Acesso a Conta”, o cliente habilita seu acesso ao Bradesco Net Empresa utilizando suas credenciais do Internet Pessoa Jurídica do HSBC (o Connect Bank). Para acessar o Bradesco Net Empresa pelo Celular, o cliente deverá baixar gratuitamente o aplicativo Bradesco Net Empresa, disponível para Android e iPhone.
Como ativar o Token para acesso aos canais digitais?
Depois de instalado o aplicativo Bradesco em seu celular, o cliente precisará ativar a Chave de Segurança Bradesco, disponível no aplicativo. Isso deverá ser feito por meio do dispositivo de segurança do HSBC. Caso não tenha, a opção é fazer a ativação do token no Internet Banking Bradesco.
Para pessoa jurídica, se a empresa utilizar o token Físico, este servirá para acesso ao Bradesco Net Empresa. Se utilizar o token no Celular, no momento em que estiver habilitando o acesso ao Bradesco Net Empresa, o cliente será instruído a habilitar o dispositivo no Celular do Bradesco.
Como ficarão as condições de tarifas de serviços e taxas da nova conta?
O Bradesco manterá as mesmas condições dos planos já contratados pelo cliente (pacote de serviços/serviços essenciais). O mesmo vale para as linhas de crédito contratadas e para os investimentos, que terão suas condições preservadas.
O que vai acontecer com o meu cartão de crédito?
Os clientes já estão recebendo os Cartões de Crédito Bradesco, com novos números. Serão mantidas as principais condições, como anuidade, bandeira, data de vencimento, limite de crédito, seguros, assistências e pontuação no programa de recompensas. Para clientes que já têm cadastro vigente no Programa Valeu, o saldo e a pontuação serão transferidos para o Fidelidade Bradesco Cartões.
Os talões de cheques do HSBC continuam valendo?
Os talões de cheques HSBC em posse do cliente, assim como os cheques já emitidos, poderão ser utilizados normalmente conforme regulamentação do BACEN.
Não recebi o Kit de boas-vindas. Como devo proceder?
Clientes que não tiverem recebido o kit deverão entrar em contato com o gerente de sua Agência ou com a Central de Boas-vindas para receber a orientação adequada. Caso o cliente possua o token do HSBC, poderá acessar o Internet Banking do HSBC e obter o código de Agência e conta do Bradesco. Depois disso, poderá fazer a ativação digital diretamente no site do Bradesco.
Serviço
Para casos de dúvidas, o Bradesco criou canais de atendimento exclusivos. O cliente pode acessar o site, totalmente interativo e prático. Se preferir, pode ligar para a Central de Boas-Vindas, no 3003-5150 (capitais e regiões metropolitanas) e no 0800 718 5150 (demais localidades).
Por Ana Maria Campos e Flávia Maia
Um esquema milionário contra o Banco de Brasília (BRB) foi desmontado pela Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos (DRF), da Polícia Civil do Distrito Federal, na manhã de ontem. Os desvios somam mais de R$ 3,5 milhões e os integrantes do esquema usavam a emissão e o pagamento de boletos falsos para conseguir o objetivo. Entre os suspeitos está o candidato a deputado distrital nas eleições de 2014, pelo PPS, Luiz Carlos dos Reis, conhecido como Iti. O empresário do ramo de postos de combustíveis e o irmão José Carlos dos Reis são apontados como os principais beneficiários do esquema. Os dois foram presos por uma equipe da DRF.
A operação batizada de Reves ocorreu na manhã de ontem, autorizada pela 2ª Vara Criminal do Gama, que decretou a prisão temporária de 37 supostos envolvidos. A Justiça também determinou a busca e apreensão nas residências e empresas dos suspeitos de faturarem com os crimes praticados contra o BRB. Para chegar até eles, a Polícia fez escutas telefônicas e comparou documentos. Durante todo o dia, o delegado responsável pelo caso, Fernando Cesar Costa, chefe da DRF, fez oitivas de acusados e testemunhas.
A fraude ocorreu em um posto de conveniência bancária do BRB, em uma loja localizada dentro de uma loja de produtos automotivos chamada Gama Latas, na região administrativa do Gama. Segundo as investigações, a ação ocorreu em menos de 12 horas, entre 8h30 e 18h30, em 19 de fevereiro. Documentos da polícia apontam a existência de uma “verdadeira organização criminosa, constituída para fraudar o BRB”.
As investigações apontam que o esquema funcionou da seguinte forma: um funcionário fantasma, que utilizava o registro civil de uma vítima de roubo, autorizava as transações irregulares no correspondente bancário. Ele fez 22 depósitos para diferentes empresas e pessoas físicas, em um total de R$ 102.100. Além disso, pagou, com recursos do BRB, boletos falsos em benefício de várias empresas, entre as quais postos de combustíveis, distribuidora de alimentos, companhia de serviços aeroportuários de transporte e agências de turismo. A Polícia contabilizou R$ 3,38 milhões em pagamentos. O Iti e seu irmão José Carlos seriam donos de empresas que emitiram e receberam os valores dos boletos.
A fraude chamou a atenção dos investigadores e de auditores do BRB porque o volume de recursos das transações bancárias foi considerado incompatível com o movimento diário do posto de conveniência do Gama.
O empresário Ramon Carvalho Maurício e seus filhos também são citados no inquérito policial, eles são os proprietários do correspondente bancário onde a fraude foi executada. Os três tiveram prisão temporária decretada pela Justiça. O esquema também chamou a atenção de uma funcionária de um escritório que acompanhava a contabilidade da Gama Latas por causa da quantia de dinheiro movimentada.
Na tentativa de disfarçar a transação criminosa, o grupo distribuiu os pagamentos entre várias empresas. A capilarização dos pagamentos também ajudou a burlar os limites diários das operações permitidas pelo BRB. Por exemplo, para pagamento de boletos, o teto permitido era de R$ 5 mil. À empresa de serviços aeroportuários foram pagos 10 boletos no valor de R$ 4.990. Os documentos foram emitidos no dia 18 de fevereiro, com vencimento no dia seguinte, data em que a fraude foi executada. A rapidez do vencimento também chamou a atenção da polícia.
Durante os depoimentos, muitos dos suspeitos colaboraram com informações esclarecedoras. Dessa forma, a DRF representou pela revogação da prisão temporária de todos os envolvidos que ajudaram na elucidação dos crimes. Na oitivas, foi possível apontar também a participação de um outro suspeito, cuja prisão foi requerida pela Polícia Civil.
O Correio não conseguiu os contatos dos advogados dos suspeitos citados na matéria – Luiz Carlos dos Reis, conhecido como Iti, José Carlos dos Reis e Ramon Carvalho Maurício. A reportagem ligou ainda na Gama Latas e em um dos postos de combustíveis citados na investigação, mas ninguém atendeu. O BRB também foi procurado mas preferiu não se manifestar.
Baiano, morador da Asa Sul, Iti é dono de dois postos, entre os quais o Iticar, localizado no Aeroporto Internacional de Brasília. Ele foi candidato a deputado distrital em 2010 e 2014. Declarou à Justiça Eleitoral patrimônio de R$ 6,6 milhões. Iti não se elegeu. Em 2010, concorreu à Câmara Legislativa pelo PHS. Nas últimas eleições, disputou pelo PPS. Ficou com 4.576 votos. À Justiça Eleitoral, Iti declarou vários bens localizados na região administrativa do Gama.
Colaborou Otávio Augusto
Comerciantes esperam aumento de 3,71% nas vendas para o Dia das Crianças no DF
O varejo do Distrito Federal espera crescimento de 3,71% para o Dia das Crianças de 2016, em relação ao ano passado. Entre os empresários entrevistados, 43,8% declararam que aguardam vendas maiores do que 2015. Já 34,3% apostam em vendas iguais e 22% disseram que as vendas serão piores. Os dados são do Instituto Fecomércio. Em 2015, a perspectiva era de queda de 0,03%.
Para justificar a melhora, os comerciantes estão se apegando ao fato de que 56,2% dos entrevistados têm a intenção de presentear. A maioria dos consumidores que irá às compras vai gastar com brinquedos (57,7%); vestuário (56,8%); calçados (48%); chocolate (14,1%); eletrônicos (10,6%) e artigos esportivos (6,2%).
O preço médio do presente foi estimado pelos comerciantes em R$ 161,65. Já os consumidores estimam que gastarão, em média, R$ 118,26. A forma de pagamento mais citada foi cartão de crédito (40,1%), como segunda opção o dinheiro (35,4%).
Embora os varejistas estejam mais otimistas, apenas 15% declararam que vão ampliar os estoques. Em 2014, esse índice era de 50,4%.
Envio de informações do WhatsApp gera polêmica entre associações de defesa do consumidor
O envio de informações adquiridas pelo WhatsApp para terceiros está intrigando associações de proteção ao consumidor. No último dia 25/8, a empresa mandou um termo de atualização de uso que permite, a partir de então, que dados do aplicativo sejam coletados e compartilhados. Diante dessa situação, a Proteste mandou um ofício à empresa questionando a revisão da política de privacidade. No entendimento da entidade, as novas cláusulas do contrato violam a proteção de dados pessoais garantida pelo Marco Civil da Internet.
A atualização dos termos de uso permite ao usuário somente escolher se deseja compartilhar dados da agenda telefônica com o Facebook. Em relação a todo o resto, não há escolha: quem não concordar tem que parar de usar o app. “A dúvida é : se o argumento do WhatsApp para não atender aos pedidos da Justiça sobre informações trocadas pelo aplicativo era a inacessibilidade por estarem criptografados, agora compartilhará quais dados?”, afirma a entidade, por nota.
A Proteste defende que o artigo 7 do Marco Civil determina que é direito do usuário de internet proteção à intimidade, proteção ao sigilo dos fluxos de comunicação, informação clara ao regime de proteção desses registros de acesso e, não fornecimento de dados pessoais, inclusive do registro de conexão a terceiros, a não ser que haja um consentimento livre, expresso e informado. Se a empresa passar os dados coletados dos usuários para terceiros, ela precisa explicitar detalhadamente quais dados vai coletar. Tem de obter o consentimento para cada tipo de dado. Caso o consumidor não concorde, ele deve deixar de usar o aplicativo.
Leia o que diz a cláusula: “A fim de operar e prestar os nossos serviços, você concede ao WhatsApp uma licença mundial, não exclusiva, sem royalties, que pode ser sublicenciada e transferida, para usar, reproduzir, distribuir, criar trabalhos derivados, exibir e executar as informações (inclusive o conteúdo) que você carrega, envia, armazena ou recebe usando os nossos serviços. Os direitos concedidos nessa licença tem a finalidade específica de operar e prestar os nossos serviços (como a permissão para exibirmos sua foto de perfil e mensagem de status, transmitirmos suas mensagens, armazenarmos suas mensagens não entregues em nossos servidores por até 30 (trinta) dias enquanto tentamos entregá-las e demais permissões descritas em nossa Política de Privacidade)”.
O Facebook adquiriu o serviço de mensagens global há dois anos e anunciou que o WhatsApp iria começar a compartilhar os números de telefone de seus usuários com a rede social, como parte de um programa para sincronizar as duas empresas.
Mensalidade escolar deve subir até 15% no Distrito Federal; pais fazem abaixo- assinado contra
Da equipe do Correio
A mensalidade das escolas particulares devem subir entre 10% e 15% em 2017. A Associação dos Pais e Alunos das Instituições de Ensino do Distrito Federal (Aspa) recebeu, pelo menos, 50 reclamações por conta de aumentos em 10 colégios diferentes. O aumento previsto está bem acima dos 7,3% estimados, pelo Banco Central (BC) para a inflação deste ano.
No ano passado, quando os reajustes chegaram a 14%, a Secretaria de Educação, registrou um aumento de 50% no número de alunos que migraram de escolas privadas para públicas no DF, cerca de 12 mil estudantes.
Com o orçamento apertado devido à crise econômica dos últimos anos, pais de alunos têm adotado a prática do abaixo-assinado para tentar demover as instituições de ensino dos aumentos acima da inflação. No colégio onde estudam os dois filhos da servidora pública Riva Tauin, 50 anos, no Plano Piloto, o documentou já reuniu 800 assinaturas. Segundo ela, nos dois últimos anos, a correção foi de 10% e a previsão para 2017 é de que fique em torno de 10%. “Nosso salário não aumenta assim. A escola já não é barata”, reclamou Riva.
A servidora, que já pediu desconto, por ter dois filhos na escola e não tem condições de arcar com esses reajustes, lembra que o país passa por um momento de crise e que as instituições de ensino precisam segurar essas correções “até para manter os alunos”, diz. Riva disse que, caso não consiga uma redução, vai tirar os filhos do colégio. “O que é péssimo. Meus filhos estão há mais de seis anos no mesmo colégio. Têm vários amigos e já estão acostumados com a metodologia”, lamentou.
Reajustes
Álvaro Domingos, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Particulares (Sinepe), disse que cada escola é responsável por fazer o planejamento orçamentário para o próximo ano. “É um trabalho muito difícil, porque o gestor tem que prever como vai ser a economia do ano seguinte. Para 2017, queríamos uma inflação de até 7%, mas ela pode chegar a 9%. Então é algo extremamente trabalhoso”, afirmou.
É dever de cada escola elaborar uma planilha orçamentária que inclua inflação, gastos com pessoal e melhorias. Domingos disse que, todo ano, o Sinepe promove um curso nas escolas para falar sobre a análise de mercado, demanda da cidade, aspectos jurídicos e a confecção da planilha obrigatória.
Segundo Riva, na escola dos filhos, a justificativa para os aumentos de 10% desde 2015 era que a correção era necessária devido ao reajuste dos professores. Rodrigo de Paula, diretor jurídico do Sindicato dos Professores em Estabelecimentos de Ensino do DF (Sinproep), no entanto, afirmou que, enquanto, no ano passado o índice médio de reajuste de mensalidades atingiu 13%, a alta no salário dos professores ficou em 11%. “E isso, porque entramos na Justiça”, disse. “As escolas cobram o dobro da inflação para os pais e oferecem só o índice de inflação para os professores. Nunca é repassado na mesma proporção”, contestou.
Domingos negou o fato e disse que os colégios nunca corrigiram as parcelas dobrando a inflação. “Pode acontecer de alguma escola ter feito isso, mas não condiz com a verdade, pois, no ano passado, por exemplo, receberam o INPC e mais 2% de ganho real”, retrucou.
Além do reajuste nas mensalidades, os pais também arcam com a diferença no valor cobrado entre o ensino infantil e o fundamental. A designer Patrícia Chaves, 32 anos, se assustou quando recebeu o valor da mensalidade do filho de 5 anos. Neste ano, pagou R$ 1.477 e, no ano que vem, teria que desembolsar R$ 1.880, um aumento de 27%. “Para mim, fica totalmente inviável que ele permaneça na escola”, desabafou.
Patrícia contou que o valor desagradou a um grupo de mães que está se movimentando para procurar uma escola mais barata. “Como é um número grande de crianças, estamos tentando conseguir um bom desconto em outra instituição”, relatou.
1. Financiamento do imóvel condicionado ao seguro habitacional
2. Cartões de crédito associados a seguros ou títulos de capitalização
3. Combos com serviços de internet, telefone e TV que não são vendidos separadamente
4. Brinquedos que só podem ser vendidos dentro de lanches de fast-food
5. Consumação exclusiva de produtos vendidos na sala de cinema
6. Salão de festas que condicionam o aluguel do espaço à contratação do serviço de bufê
7. Consumação mínima em casa noturna
Se o consumidor passar por uma dessas situações pode denunciar no Procon de sua cidade. A venda casada é proibida pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC) no artigo 39, I. “É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos”.
Por Pedro Grigori
A fisioterapeuta e acupunturista Daniélle Cardim, 37 anos, teve uma surpresa nada agradável após comprar uma caixinha de suco de pêssego da Nutri Néctar para que a filha, Manoela Cardim, 4 anos, levasse de lanche, na última semana. No colégio, a criança sentiu que, no fim da bebida, algo impedia a sucção do líquido pelo canudo. A professora balançou a embalagem e também achou estranho. “Recebi uma ligação da escola dizendo que havia algo dentro do suco da minha filha e que ela havia bebido praticamente tudo. Corri para lá e decidimos abrir a caixa. Peguei uma luva cirúrgica e toquei a gosma que havia dentro da embalagem. Senti que parecia uma pele com pelos”, relembra a mãe.
Funcionários do centro de ensino fotografaram e filmaram toda a cena. Desesperada, Daniélle levou a filha para o hospital mais próximo. “Entrei em pânico. O líquido dentro da caixa parecia água de esgoto. Temi pela saúde dela, que nem percebeu o que estava tomando”, relata. Após ser examinada por duas pediatras e um infectologista, a menina voltou para casa, onde passou por 72 horas de observação para identificar possíveis sintomas de leptospirose.
Casos semelhantes aos de Daniélle e Manoela não são raridade. Hoje, com a internet, muita gente faz reclamações parecidas. Pelas redes sociais, casos de baratas em chocolates, de insetos em sanduíches e de pelos de rato em enlatados ganham destaque. Além disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebe relatos diários dos mais diversos tipos de insetos e objetos encontrados nos alimentos. Mesmo recorrentes, as dúvidas sobre o que fazer persistem.
Danos
A fiscalização sanitária de alimentos é realizada por órgãos municipais, estaduais e federais. Segundo a Anvisa, casos como o de Daniélle são verificados pela Vigilância Sanitária local, que encaminhará e tratará adequadamente a denúncia. A advogada de direito do consumidor Lorena Brito conta que, em situações nas quais são confirmados defeitos no produto, o fornecedor tem o dever de reparar o dano. “A saúde e a segurança do consumidor foram colocadas em risco. Dessa forma, uma ação pode ser ajuizada, e a pessoa deve fazer uma reclamação jurídica, podendo receber danos morais e materiais pelo ocorrido”, detalha. Caso a vítima não tenha condições de ter acesso a um advogado particular, deve procurar o Juizado Especial. O valor do ressarcimento pode chegar a até 40 salários mínimos, variando em decorrência da gravidade do caso.
Ao entrar em contato com o Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) do Grupo Mariza, responsável pela produção dos sucos Nutri Néctar, a fisioterapeuta Daniélle disse que a empresa pediu a conta bancária para reembolso. “Eu paguei R$ 1,35 pelo suco. Foi um valor insignificante comparado ao sufoco que passei. Não quero esse dinheiro de volta”, reclama. Segundo a advogada Lorena Brito, essa atitude é normal em casos de substâncias estranhas em alimentos. “As entidades pensam que apenas reparar o valor do produto ou entregar outro semelhante é suficiente, o que não é o caso. Um corpo estranho é motivo para, em processo, ser considerado defeituoso, o que já cabe danos morais”, explica.
Segundo a Diretoria de Vigilância Sanitária do Distrito Federal (Divisa), em situações de produtos defeituosos, a Vigilância Sanitária coleta o lote no estabelecimento da compra. Ele é submetido a testes e, havendo a detecção de irregularidade, a empresa é notificada e autuada. No fim do processo, pode haver aplicação de multa, que varia entre R$ 2 mil e R$ 1,5 milhão. Em uma ação, caso o denunciante não tenha mais o produto, são válidos como provas fotos, vídeos e testemunhas.
Perigo
Em junho, Juliana Sette, 21 anos, pediu pela internet um combo com sanduíche da empresa Sky’s Burger. A entrega demorou 40 minutos. Ao dar a primeira mordida, a jovem se deparou com algo escuro. Ao verificar com mais atenção, identificou um besouro. “Sempre comi lá. É uma situação muito chata, porque, de que adianta o gosto ser bom, se não há o mínimo de higiene? Agora, eu tenho nojo”, descreve. O proprietário, Carlos Perez, entrou em contato com a consumidora, lamentando o ocorrido e buscando mais informações sobre o incidente. “Há uns cinco meses, vinha adquirindo a alface já higienizada de uma agroindústria do DF. Possivelmente, aí ocorreu uma falha, que não foi detectada pelos colaboradores. Depois disso, a Sky’s Burger voltou a fazer a higienização da salada, como sempre ocorreu em sua história”, conta Carlos.
O clínico geral do Hospital Santa Lúcia, Marcos Pontes, conta que diversas doenças e infecções podem ser contraídas ao consumir alimentos contaminados. “Se isso acontecer, é importante ir de imediato ao hospital. É indicado que o paciente fique até 72 horas em observação, nas quais serão analisadas infecções que podem ser causadas pelas toxinas no alimento. Elas podem trazer diversas consequências, como viroses e até lesões renais”, alerta o médico.
Fungos
Em nota, o Grupo Mariza informou que o lote do Nutri Néctar em que a substância estranha foi localizada encontra-se em perfeitas condições, sem qualquer alteração de características organolépticas ou microbiológicas. Segundo a empresa, as análises foram repetidas e, dessa forma, o lote atende às exigências da legislação do órgão competente. A substância encontrada no suco, seria, segundo o Grupo Mariza, uma colônia de fungos, que tem chance de se desenvolver posteriormente, a partir de um único esporo microscópio. Isso poderia acontecer devido à presença de microfuros na embalagem, provenientes, provavelmente, da forma de armazenamento ou de transporte indevidos.
SERVIÇO
Denuncie
O consumidor, ao notar alguma anormalidade no produto comprado, deve ligar para o telefone 160 e informar o nome do produto, lote e demais informações presentes no rótulo.