Autor: Flávia Maia
Encomendas da Black Friday terão acréscimo de dois dias úteis na entrega, comunica Correios
As promoções da Black Friday no comércio eletrônico devem atrair vários compradores, por isso, os Correios estão com uma ação para tentar agilizar o frete por causa do volume de compras. Mesmo assim, a empresa informou que serão acrescidos dois dias úteis aos prazos previstos de entrega dos serviços de encomendas dos Correios, no período compreendido entre a última sexta-feira de novembro (25/11/16) e o último dia de dezembro (31/12/16).
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Estima-se que as vendas em 2016 cresçam 34% em relação ao ano passado. Entre as ações para atender o evento, que neste ano será realizado no dia 25 de novembro, estão a contratação de empregados temporários, investimento em linhas extras de transporte (área e de superfície) e reforço dos recursos de gerenciamento de risco de cargas.
Volume morto do Descoberto garante apenas 30 dias de abastecimento; custo de captação não compensa
Se a crise hídrica se agravar, o Distrito Federal não pode contar com o volume morto dos reservatórios como ocorreu em São Paulo. Segundo informações da Agência Reguladora de Águas (Adasa), a reserva existente na Barragem do Descoberto não seria suficiente para abastecer a capital do país nem por 30 dias, o que não justificaria os custos da obra para captação. Para retirar o volume morto é preciso a instalação de bombas coletoras porque não é possível fazer a retirada por gravidade. Em Cantareira, o sistema custou R$ 120 milhões e a obra demorou dois meses. No DF, não há previsão de custos. Também não há hipótese de utilizar a reserva do Santa Maria porque o reservatório está localizado em área de proteção ambiental.
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A estiagem prolongada e a redução do consumo em velocidade mais lenta do que o esperado preocupa os órgãos ambientais porque os reservatórios não conseguem se estabilizar e encher. Dessa forma, o uso do volume morto poderia ser uma alternativa no abastecimento, caso a tarifa de contingenciamento e o plano de racionamento não fossem suficientes para suprir a demanda de água. Entretanto, essa hipótese ainda não está entre as frentes de ação da Adasa e da Companhia de Saneamento do DF (Caesb).
“Em São Paulo, o volume morto era grande. No Descoberto é pequeno, não daria nem para 30 dias. O custo-benefício não compensa”, analisa Camila Campos, coordenadora de informações hidrológicas da Adasa. A Caesb informou, via nota, que “não tem o menor interesse de falar desse assunto no momento. Estamos preparando o plano de racionamento, que, esperamos, não haja necessidade de ser implantado”.
O volume morto do Descoberto é de 16% em relação ao total do reservatório – o que corresponde a 13,7 bilhões de litros. Em Cantareira é 23%, o que equivale a mais de 330 bilhões de litros. O volume morto é o local onde o ponto de captação de água não chega. A engenharia da obra de captação do Descoberto foi feita de uma maneira que a tomada fosse feita com profundidade, o que deixou pouco espaço para o volume morto.
A discussão sobre a possibilidade de uso dessa reserva surgiu por conta do baixo nível dos reservatórios do DF. O Descoberto atingiu 21,99% da capacidade e o Santa Maria, 41,77%. Dos dois pontos de tomadas de água existentes no Descoberto apenas uma está funcionando porque o outro está na zona seca. O plano de racionamento passa a vigorar quando um dos reservatórios atingir 20%. Entre as ações previstas estão o rodízio de água por região – os endereços ficariam 72 horas com água e 24 sem – e o abastecimento de escolas e delegacias por caminhão pipa.
Volume morto
A coordenadora de informações hidrológicas da Adasa, Camila Campos, explica que alto valor do uso do volume morto se dá porque é preciso investir em infraestrutura. Além das bombas de captação, a estação de tratamento de água não está preparada para a qualidade mais baixa da água da reserva. “Essa água é de qualidade inferior. Tem muitos sedimentos pela proximidade com o fundo. E o nosso sistema está adequado para tratar uma água mais limpa”, explica. Entretanto, Camila acredita que não será necessário usar o recurso. “Com as chuvas e o racionamento, os estudos da Adasa apontam que, em novembro, o Descoberto pare de esvaziar e retome a subida de nível”.
Segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o volume morto começou a ser utilizado quando o Sistema Cantareira atingiu cerca de 8% da capacidade, em maio de 2014. Em dezembro de 2015, as reservas foram recuperadas e, desde então, o estado usa apenas o volume útil.
Para saber mais
Os reservatórios do Distrito Federal estão registrando os menores índices de volume da história em 2016. Por isso, a Caesb tenta diversificar os locais de captação. As apostas são a retirada de água no Lago Paranoá, Corumbá IV e Bananal. Essas obras podem aumentar em 57,8% a produção de água potável. Hoje a capacidade máxima diária é de 9,5 mil litros por segundo. Os três sistemas quando implantados em sua totalidade podem acrescentar mais 5,5 mil litros à vazão por dia. Esse incremento deve garantir a segurança hídrica até 2050, prevê a Caesb.
Petrobras retira subsídio das distribuidoras de gás e preço sobe para consumidor
A partir desta terça-feira (1/11), o gás de cozinha está mais caro. Este é o segundo reajuste no produto em menos de dois meses – em setembro, as distribuidoras regionais repassaram 9% de aumento às revendedoras. O novo acréscimo vai ocorrer porque a Petrobras alterou os contratos de fornecimento do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), usado no botijão residencial. De acordo com a estatal, alguns subsídios dados às distribuidoras foram retirados, o que deve ocasionar um impacto de até R$ 0,70 no preço do botijão pago pelo consumidor.
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Segundo cálculos da empresa, o impacto estimado sobre os preços do botijão de 13 kg, que é a referência para uso residencial, é de R$ 0,20 por unidade, na média brasileira. O que representa 0,36% no preço do botijão que custa R$ 55, por exemplo. De acordo com cálculos internos, o impacto máximo, desconsiderando a média nacional, não deve ultrapassar R$ 0,70 por botijão nos preços cobrados pela Petrobras às distribuidoras.
Entre os subsídios retirados das distribuidoras está, por exemplo, o da estocagem em tanques da Petrobras. O preço cobrado de quem usa a infraestrutura da companhia era o mesmo aplicado a clientes que não usam. A partir de agora passa a ser diferenciado, sendo inferior para quem dispõe de infraestrutura própria ou carrega o GLP direto do navio da cabotagem, estimulando as distribuidoras a investirem em armazenamento.
A companhia reiterou que não houve mudança na tabela de custos e na tarifação. “A companhia alterou os contratos de fornecimento de GLP com as distribuidoras para melhor refletir custos de logística que tipicamente deveriam por elas ser cobertos, mas que eram suportados pela companhia. É um movimento semelhante ao que foi realizado há dois anos para os contratos de fornecimento de diesel e gasolina”, esclareceu.
Caminhões-pipa, lava a jatos e postos de combustíveis são obrigados a reduzir uso de água
A Agência Reguladora de Águas (Adasa) divulgou nesta segunda-feira (31/10) duas resoluções para restringir o uso da água no Distrito Federal. Uma delas reduz o horário de captação para caminhões-pipa das 6h para 14h; antes, os veículos poderiam pegar água em qualquer horário. E apenas um veículo pode fazer a captação por vez.
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A outra resolução diminuiu pela metade a vazão de usuários de água subterrânea, como lava a jatos e postos de combustíveis. Também ficaram suspensas as concessões de novas outorgas para captação de água subterrânea e por caminhões-pipa. Segundo a agência, o objetivo é “assegurar os usos prioritários dos recursos hídricos e o abastecimento hídrico do DF”.
As resoluções também trazem punições em caso de descumprimento. De acordo com a Adasa, a multa será proporcional à gravidade da infração e os valores podem variar de R$ 10.001 a R$ 100.000.
Segundo a Adasa, o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do Distrito Federal (Sindicombustíveis) e a agência firmaram acordo para restrição à irrigação dos jardins, à lavagem de para-brisas nas plataformas de abastecimento. Ficou acertado também que os maquinários para limpeza dos carros seriam recalibrados ou substituídos por outros que demandem menos água.
A Associação dos Proprietários de Caminhões-Pipa (ACAPI/DF) também participou de reunião com os técnicos da Adasa para estabelecer as novas regras para captação de água. O Distrito Federal possui 11 pontos de captação para esse uso. Mais de 500 veículos possuem outorga.
A mais drástica crise hídrica vivida pelo Distrito Federal traz o alerta sobre a urgência de pensar políticas a longo prazo para o abastecimento. Estratégia que vem sendo pouco utilizada na capital do país. O principal reservatório da cidade, a Barragem do Descoberto, tem 42 anos, quando Brasília tinha pouco mais de 500 mil habitantes. Atualmente são quase 3 milhões. E a última obra de médio porte para captação de água foi inaugurada em 2000, há 16 anos, no Pipiripau, em Planaltina.
Nas últimas décadas, pequenas construções de barragens e de poços foram feitas para socorrer novos conjuntos habitacionais como o Paranoá Parque e reforçar o abastecimento em locais com explosão demográfica como a região de Sobradinho I e II, Fercal e o Bairro Taquari. Projetos de maior fôlego propostos pela Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb), como a captação no Lago Paranoá, sequer tem o recurso disponível, e Corumbá IV caminha a passos lentos desde o seu anúncio em 2003. Essas duas obras somadas a do Bananal podem aumentar em 57,8% a produção de água potável. Hoje a capacidade máxima diária é de 9,5 mil litros por segundo. Os três sistemas quando implantados em sua totalidade podem acrescentar mais 5,5 mil litros à vazão por dia. Esse incremento deve garantir a segurança hídrica até 2050, prevê a Caesb.
O que preocupa os especialistas é que o aumento do consumo local cresce desproporcional à agilidade do governo em buscar alternativas para o serviço de água potável. As soluções propostas esbarram na morosidade e na falta de recursos para a execução. Enquanto isso, diante da estiagem, a saída de emergência para frear a baixa nos reservatórios foi instituir a taxa extra na fatura de água. A solução pode ter efeito temporário, mas não resolve o cerne da questão.
Para o doutor em química analística e ambiental da Universidade de Brasília Geraldo Resende Boaventura, a tarifa está prevista em lei, por isso não pode ser avaliada como negativa ou positiva. “Entretanto, o que deve ser discutido é a forma que poderia ter sido implantada uma política de longo prazo, uma orientação de menor consumo ou a criação de uma alternativa, como o Lago Paranoá ou o Corumbá”.
“Não teve nenhum investimento significativo por parte da empresa em 15 anos. Foi um poço aqui outro acolá remediando casos específicos. Isso não resolve. O fato alarmante é que a demanda está atingindo a oferta”, analisa Henrique Leite Chaves, professor de manejo de bacias hidrográficas da UnB. Atualmente, a Caesb trabalha no limite da produção. São 9,5 mil litros por segundo por dia para um consumo de 9,2 mil litros por segundo.
A própria Caesb admite que há deficit de planejamento e ressalta que pretende correr atrás do prejuízo dos anos sem o investimento necessário. “A demanda aumentou e não foi acompanhada. A companhia precisa pensar à frente e tentar acompanhar o crescimento de Brasília. É bom lembrar que serviços de saneamento demoram um prazo entre a concepção e a maturação do projeto”, explica Maurício Luduvice, presidente da Caesb.
Escolhas
Na opinião de especialistas, um erro de gestão foi apostar em poucas fontes de captação. O primeiro reservatório foi o de Santa Maria, em seguida, construiu-se a Barragem do Descoberto, na década de 1970. Desde então, os dois são responsáveis majoritários pelo abastecimento. O mesmo problema ocorreu em São Paulo e da extrema dependência do Sistema Cantareira na crise hídrica de 2014-2015.
Na tentativa de diversificar a produção de água potável, a Caesb propõe novos locais de captação, entretanto, as obras estão atrasadas, consomem mais dinheiro que o previsto e nem todas têm os recursos disponíveis. Corumbá, por exemplo, vai atrasar novamente. Embora a obra esteja em execução, o prazo de entrega foi dilatado, assim como os gastos. Em fevereiro de 2015, a Caesb informou ao Correio que parte da estrutura seria entregue em 2017. Entretanto, de lá para cá, os recursos aumentaram em R$ 13 milhões e a entrega de parte da obra foi jogada para julho de 2018.
Na análise do professor da UnB, Henrique Chaves, Corumbá não é uma boa aposta. A começar pelos custos. Como o lago é distante, o obra é morosa e cara, exigindo muita estrutura de adutoras e gasto de energia elétrica para dar vazão ao líquido. Outra questão é o fato da obra ser interestadual, o que pode gerar problemas futuros, como ocorreu com o consórcio firmado entre Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo e que acabou chegando no Supremo Tribunal Federal.
“Era possível que o DF resolvesse a questão hídrica dentro de seu próprio território, sem precisar de pegar água em outra unidade da federação”, afirma. Além disso, o objetivo do lago é para energia elétrica, não abastecimento. “Das duas turbinas prontas, apenas uma está em funcionamento por causa do baixo volume do reservatório. Isso porque ainda não começou o abastecimento”, complementa Henrique.
A captação no Lago Paranoá esbarra ainda na falta de recursos. Segundo Luduvice, como o Brasil passa por uma crise financeira, há mais dificuldades para se conseguir empréstimos. Henrique Chaves ressalta ainda a questão da pureza da água pela existência de duas estações de tratamento (ETE) no lago. “A água do DF sempre foi de altíssimo nível. Com a existência das ETEs há um pequeno risco de alguns compostos químicos residuais permanecerem, como o hormônio estrogênio”, alerta.
Para Henrique, uma saída seria a construção de uma represa na região do São Bartolomeu, em São Sebastião. Entretanto, Luduvice adianta que estudos de viabilidade foram realizados e que a captação no Lago Paranoá mostrou-se mais vantajosa.
PRINCIPAIS PROJETOS PARA AUMENTAR A CAPTAÇÃO NO DF:
Lago Paranoá
Aumento de 22,1% na oferta diária de água
Previsão de entrega: novembro de 2019
Valor previsto: R$ 477 milhões
Status: Projeto básico concluído / recursos não garantidos / licença prévia ambiental
Bananal
Aumento de 5,2% na oferta diária de água
Previsão de entrega: novembro de 2017
Valor: R$ 20 milhões
Status: Obra em execução Projeto básico concluído / recursos em contratação / licença ambiental de instalação / não há previsão para licitação das obras
14 meses (novembro de 2017)
Corumbá
Aumento de 29,4% na oferta diária de água
Previsão de entrega: julho de 2018
Valor: R$ 275 milhões (por parte da Caesb, há uma parcela da Saneago)
Status: Execução da obra
Para saber mais: Distribuição
Atualmente, os cinco principais produtores de água do DF são o sistema do Descoberto, localizado na divisa do DF com Águas Lindas (GO); o do Torto e Santa Maria, que capta nos lagos protegidos pelo Parque Nacional; o do Planaltina e Sobradinho, no Rio Pipiripau; o de Brazlândia, com duas captações nos córregos Barrocão e Capão da Onça e um sistema de poços no Incra 8; e o de São Sebastião, abastecido exclusivamente por poços.
Setor de franquias cresce em faturamento e em número de unidades
Comandatuba (BA) – Embora o crescimento esteja aquém do registrado nos últimos anos, o setor de franchising brasileiro continua em curva ascendente. Segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF) o incremento de receita no terceiro trimestre foi de 8,8% em relação ao mesmo período do ano passado – vale lembrar que neste valor não está descontada a inflação. As franquias faturaram R$ 38,83 bilhões de julho a setembro de 2016. As informações foram divulgadas durante a 16ª Convenção da ABF.
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A expansão também ocorreu no número de unidades, houve crescimento de 7,2% na comparação com o mesmo período de 2015. Atualmente, operam no Brasil 143.540 lojas comercializando produtos e serviços franqueados.
Na análise da entidade, o setor se reorganizou frente a crise econômica, o que ajudou no desempenho positivo. O segmento apostou em ganhos em escala e criação de novos formatos – como as franquias pocket, com menos serviços e valor de aquisição mais baixo. “Por ora, o foco é na eficiência e na atração de consumidores”, explica Cristina Franco, presidente da ABF.
Artur Grynbaum, presidente do Grupo Boticário, acredita que a crise serviu para “achocalhar” o segmento e pensar em formas criativas de se obter eficiência. “Muitas pessoas associam eficiência a corte. Mas eficiência é fazer mais de uma maneira mais simples e isso se tornou essencial na gestão de qualquer empresa”, afirma. Para o executivo, a tempestade já passou. “Tivemos uma fase em que muita gente parou de comprar porque não podia mais. E outros consumidores deixaram de comprar por conta da instabilidade. Percebemos agora que estes últimos voltaram a ter confiança e devem retornar às compras”.
Presidente do grupo Chili Beans, Caito Maia, conta que salvou duas fábricas de óculos escuros, uma em Montes Claros (MG) e outra no ABC Paulista. “Estávamos negociando a preço de custo para elas não fecharem”. Ele conta que 30% da produção é feita no Brasil e 70% na China. Caito defendeu a desburocratização para alavancar os negócios no país. “Mais da metade do tempo do meu franqueado é gasto perdendo tempo com burocracia. Ele tem que estar focado em vendas, no negócio”, defende.
A repórter viajou a convite da Associação Brasileira de Franchising
Comandatuba (BA) – Com o crescimento do setor de franquias no Brasil fica difícil para o cliente saber a quem acionar em casos de problema nas relações de consumo: o franqueador (dono da marca) ou o franqueado (aquele que representa a marca em determinada localidade). Sem saber a diferença de gestão do negócio, os consumidores acabam procurando direto a marca. Entretanto, é importante salientar que, pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC), a responsabilidade é solidária, ou seja, tanto o franqueador como o franqueado respondem por eventuais danos nos serviços ou produto, mesmo sendo empresas diferentes.
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A questão foi tema de um dos painéis da 16ª Convenção da Associação Brasileira de Franchising (ABF) nesta quinta-feira (27/10). De acordo com a desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Marianna Fux, além da solidariedade existir entre todos os integrantes da cadeia de consumo, há julgado específico sobre o assunto no Superior Tribunal de Justiça (STJ). “O entendimento é o de que a franquia é uma intermediação entre a marca e o consumidor, por isso, as duas empresas respondem solidariamente por vícios e defeito”, explica. “Com o novo Código de Processo Civil, as decisões das cortes superiores vinculam, dessa forma, este entendimento é nacional”, complementa.
Diante deste cenário jurídico, a solução apontada por Fernando Tardiolli, representante da ABF, foi o das marcas investirem pesado em Serviços de Atendimento ao Consumidor (SAC). Esse mecanismo pode ser essencial para diminuir a judicialização das relações de consumo. “O SAC é pilotado pelo franqueador e cabe a ele enfrentar a situação. Se ele simplesmente passa o problema para o franqueado e não chama a responsabilidade para si, haverá um processo mal feito e o conflito pode aumentar”, declarou.
A repórter viajou a convite da Associação Brasileira de Franchising
A partir de domingo (30/10) as chamadas dos telefones fixos para as cidades vizinhas ficarão mais baratas em 587 localidades, entre elas, municípios goianos do Entorno do Distrito Federal, como Luziânia, Novo Gama, Padre Bernardo, Planaltina, Santo Antônio do Descoberto, Valparaíso e Vila Boa. Todos têm DDD 61, entretanto, para ligações com o Distrito Federal, havia cobrança de interurbano.
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De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), as ligações entre endereços vizinhos deixarão de ser cobradas como interurbanas e passarão a ter a mesma tarifa das locais. A estimativa é de uma redução de 60% no custo da ligação para os planos básicos, considerando o valor de R$ 0,08 para o minuto local e o valor médio de R$ 0,20 para o minuto de longa distância nacional.
O benefício real desta mudança vai depender do plano de serviço contratado pelo assinante. Além dos planos básicos, as concessionárias oferecem vários planos alternativos. Segundo dados da agência, 25,30% dos assinantes da Oi; 9,64% da Telefônica; 8,60% da CTBC Telecom, e 7,87% da Sercomtel utilizam os planos básicos de serviço.
As alterações do Regulamento sobre Áreas Locais para a telefonia fixa foram publicadas em maio deste ano e estabelecia um prazo de 180 dias para entrada em vigor da medida.
Aviso sobre cobrança de taxa extra começa a chegar na casa dos consumidores
A redução insuficiente no consumo per capita, a estiagem prolongada e a falta de investimentos no setor estão levando o Distrito Federal à situação de restrição de uso da água, que pode resultar em um racionamento nunca vivido na história do DF. A partir desta terça-feira (25/10) os consumidores vão receber nas faturas de água um aviso sobre a cobrança da taxa extra chamada de tarifa de contingência. Mas o pagamento em si virá na fatura posterior àquela do comunicado. A ideia da Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb) é primeiro deixar o consumidor ciente para, só então, iniciar a cobrança, que deve chegar nos boletos de novembro e dezembro. O DF é a terceira unidade da federação brasileira a apelar para a taxa de contingência devido à crise hídrica. São Paulo usou o recurso entre janeiro de 2015 e abril de 2016 e o Ceará faz a cobrança desde dezembro de 2015.
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A preocupação do governo é evitar que o DF precise entrar em estado de racionamento, como ocorreu com o estado de São Paulo no ano passado. Entretanto, a possibilidade está cada vez mais próxima. Tanto que o plano de contingenciamento de água feito em conjunto entre a Agência Reguladora de Águas (Adasa) e a Caesb está pronto em fase de ajustes e passa a valer quando o reservatório do Descoberto ou de Santa Maria chegar ao índice de 20%. De acordo com Luduvice, é preciso evitar a necessidade de uso do volume morto, como ocorreu em São Paulo porque o formato do Descoberto faz com que essa reserva seja pequena, o que deixa a captação mais cara e com menos possibilidade de uso.
O plano de contingenciamento deve deixar cidades inteiras sem água por períodos específicos. Por exemplo, uma região fica com água 72 horas e 24 horas sem. Diferente da taxa de contingência que vale para todo o DF, o racionamento valerá somente para os clientes que recebem água do sistema Descoberto e Santa Maria – 85% do público.
Por uma liminar concedida pela Justiça do Distrito Federal graças a uma ação movida pelo Ministério Público do DF, o acréscimo para os consumidores residenciais que usarem mais de 10 mil litros por mês será de 20%, ou seja, metade do previsto na resolução publicada pela Adasa, onde o adicional seria de 40%. “Vamos praticar os índices da liminar na Justiça. Caso isso se reverta, a gente faz a adaptação”, garantiu Maurício Luduvice, presidente da Caesb. Assim, clientes residenciais, comerciais e industriais terão a mesma alíquota caso ultrapassem o limite previsto. Vale lembrar que, como a fatura de água é composta metade pelo uso de água potável e metade pelo saneamento, o impacto na conta final será de 10%.
A taxa extra passou a ser cobrada porque no fim da manhã de ontem a Barragem do Descoberto, responsável por 65% do abastecimento, chegou a 24,87%. Pela resolução da Adasa, o acréscimo valeria a partir do momento que a represa chegasse a 25%. O aumento abrange todas as residências do DF que consumirem mais de 10 mil litros por mês e ela só acaba quando outra resolução da Adasa for publicada cessando a cobrança. O que significa que, mesmo que o reservatório ultrapasse os 25%, a quantia a mais continua a ser paga até que os reservatórios alcancem “patamares que garantam a segurança hídrica”, alertou a Caesb. Segundo a empresa, a taxa extra deve chegar em 55% dos consumidores, o que dá 293 mil unidades.
A expectativa da Adasa e da Caesb é que a tarifa extra force uma queda de 15% no consumo, ou seja, R$ 2,4 bilhões de litros dos 16 bilhões consumidos mensalmente. A tarifa deve render de R$ 8 a R$ 9 milhões a mais e o dinheiro será depositado em uma conta do banco de Brasília (BRB) e só pode ser usado para diminuir os impactos da crise hídrica.
Consumo
Mesmo com toda a crise, ainda há quem desperdice água. No Cruzeiro, a reportagem encontrou um motorista lavando o veículo de trabalho com mangueira. Sem se identificar, o motorista declarou não saber da situação hídrica da capital. “Não sabia de crise, mas tem coisas que não dão para cortar. Eu preciso do meu automóvel limpo para trabalhar”, afirmou.
O aposentado José Felipe da Costa, 74, mora com a esposa em uma residência no Cruzeiro Velho. A última conta de água apontou o uso de 13 mil litros de água, no valor de R$ 89,80. Por ultrapassar o limite de 10 mil litros de água por lote, a família pagará a quantia extra, no valor de 20%, o que faria o valor aumentar para R$ 98,78. “Sou contra essa cobrança porque ela é abusiva um modo do governo conseguir mais dinheiro”, declara. Para economizar, a família passou a utilizar a água da chuva para lavar a área e o carro.
O professor de manejo de bacias hidrográficas da Universidade de Brasília (UnB), Henrique Leite Chaves, avalia que a solução é tardia e deveria ter sido tomada em junho, quando os reservatórios estavam com 60% e a chuva apresentava inconstância. “Talvez essas medidas não surtam efeito necessário agora. Daqui para dezembro os reservatórios poderão estar com menos de 20% e para chegar no 0 é muito rápido”.
Colaboraram: Pedro Grigori e Alessandra Modzeleski, especial para o Correio
A tarifa de contingência que entra em vigor no Distrito Federal a partir desta terça-feira (25/10) terá impacto menor na conta dos consumidores. O presidente da Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb), Maurício Ludovice, informou que a empresa vai seguir os índices sugeridos por uma ação civil pública movida pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) até que a questão seja resolvida definitivamente na Justiça. Por enquanto, a decisão está em caráter liminar.
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Dessa forma, em vez de pagar 40% a mais na fatura de água, o consumidor residencial vai pagar 20% a mais. Lembrando que o impacto será de 10% porque a fatura é dividida entre água e esgoto. Os consumidores comercial, industrial e prédios públicos continuam com a taxa de 20%.