A área de free shop do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek será quintuplicada até abril do próximo ano, passando dos atuais 120 metros quadrados para 650 m². Com essa nova metragem, o JK terá o segundo maior espaço de zona franca (sem impostos) em terminais brasileiros. Somente o de Guarulhos, em São Paulo, terá estrutura mais punjante.
A loja será gerida pela Dufry, a mesma que opera atualmente. O contrato comercial foi feito via concorrência privada e vale por 10 anos. Esse é o mais importante documento firmado com o segmento varejista desde que a Inframerica assumiu a concessão do aeroporto.
A ampliação da loja franca no embarque e desembarque internacional é um pedido recorrente dos passageiros que circulam pelo terminal. São sete voos regulares para cinco países diferentes – Estados Unidos, Colômbia, Panamá, Portugal e Argentina. De acordo com o diretor comercial da Inframerica, Daniel Ketchibachian, a pesquisa de opinião mostrou que os passageiros deixavam de viajar para o exterior via Brasília e preferiam Guarulhos (SP) por causa da infraestrutura do free shop.
A Dufry vai operar também a loja no embarque doméstico e três lojas de conveniência da marca Hudson. No embarque, o modelo será duty paid – com pagamento de impostos. “A transação será normal. Mas para atrair o consumidor, a loja investirá em promoções, por exemplo, leve 4, pague 3”, explica Ketchibachian. Atualmente a Dufry tem uma loja duty paid de 70 m² e terá área de atuação multiplicada em 22 vezes, passando para 1,6 mil m².
No novo contrato, a companhia utilizará o conceito walk through. Significa que, quando o passageiro passar pelo detector de metais da área de embarque, ele já estará dentro de uma loja de departamentos. “Os quiosques e lojas que funcionam no embarque com contratos vencidos serão mantidos até o fim da obra, estamos renovando mês a mês. Os com contrato vigente continuarão lá. Talvez tenhamos que fazer alguma adaptação, mas tudo será negociado”, diz Ketchibachian.
Tempo de espera a favor do comércio
O investimento pesado no varejo dentro do embarque doméstico deve-se ao JK ser o maior hub nacional: 43% dos voos são conexões, apenas 16% dos passageiros moram em Brasília e os usuários ficam, em média, duas horas no terminal. O objetivo é que os passageiros em conexão aproveitem o tempo de espera e façam compras.
No comunicado a acionistas e mercado, a Dufry informou que espera expandir “consideravelemente” o segmento duty paid não só em Brasília mas nos outros cinco terminais que atua porque “cerca de 90% de todos os passageiros aéreos do Brasil são domésticos e, por esse motivo, o fortalecimento do segmento será um elemento importante no desenvolvimento dos negócios brasileiros a partir de agora”.
Ketchibachian informou que, pelo contrato, nos segmentos que a Dufray operar no embarque doméstico do JK, outras lojas não poderão atuar. Por exemplo, só a Dufray vai vender perfumes e cosméticos. As outras lojas vão complementar mercadorias não comercializadas pela rede. “Mas os consumidores não precisam se preocupar porque no contrato firmado, a Inframerica pode controlar os preços. Queremos que o valor praticado no terminal seja o mesmo de mercado”.
Além da Dufry, a Inframerica já assinou contrato com outras empresas nos ramos de gastronomia, serviços (como agências bancárias e de viagem) conveniência e livraria. Ao todo, 90% dos contratos comerciais já estão firmados. Em duas semanas as outras marcas que se instalarão no JK serão anunciadas ao público. Com a ampliação do comércio, a expectativa é que o terminal triplique o faturamento no segmento.
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