Por Amanda Ferreira e Isabella Comte
Fazer compras com um simples clique, sem sair de casa, tem se tornado uma prática cada vez mais comum entre os consumidores. O comércio on-line, também conhecido como e-commerce, atrai adeptos por oferecer agilidade e comodidade, mas é preciso atenção: a prática pode não ter a segurança como um dos seus pontos fortes e, para evitar problemas na hora do pagamento e usar o serviço sem medo, existem inúmeros cuidados e detalhes, que às vezes passam despercebidos, a serem observados.
Quem já passou por maus bocados e tem histórias para contar é o empresário Carlos Almeida, 30 anos. O rapaz tem o costume de fazer compras pela internet, mas há 3 meses, depois de adquirir um jogo de videogame, começou a receber mensagens no celular de gastos indevidos e notou que o seu cartão de crédito havia sido clonado. O consumidor cancelou imediatamente o cartão e revela não perdido a confiança em pagamentos e compras online. “Esse tipo de compra é uma facilidade. Tive meu cartão clonado e, para mim, quem perdeu a credibilidade foi o site”. Carlos afirma que, por precaução, prefere comprar em sites maiores e mais seguros, na esperança de evitar outros problemas.
O especialista em segurança de rede Danilo Michelucci explica que nem sempre os sites acessados são responsáveis pelas transações financeiras. É comum que essas transações sejam direcionadas à terceiros e estes façam o processamento dos dados do cartão do consumidor. “É difícil julgar o momento em que uma clonagem de cartão é feita, por exemplo. Às vezes, o site da compra é seguro, mas o terceirizado responsável pelo pagamento tem falhas. É aí que o problema acontece”, adverte. Para Danilo, optar por sites que utilizem sistemas de pagamento conhecidos, como Pag Fácil e Paypal, pode ser uma garantia, uma vez que existem inúmeros requisitos de segurança a serem cumpridos por essas empresas. “Se a pessoa não se sente a vontade de maneira alguma, recomendo a opção dos boletos bancários”, completa.
Esse é o caso do estudante João Gabriel Assis, 22. Para ele, fazer pagamentos utilizando o cartão de crédito não é uma opção. O jovem só sente seguro gerando os boletos, forma de pagamento comumente disponibilizada em muitos sites. “Faço compras com frequência, mas prefiro não me arriscar. Apesar de um pouco trabalhosos, é algo fácil de resolver, que evita problemas”, diz.
Maria Inês Dolci, Coordenadora Institucional da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) ressalta a importância do consumidor saber para quem está pagando. Ela recomenda que é preciso checar se os sites acessados são confiáveis e quais são as formas de pagamento disponíveis. “Além disso, o consumidor deve guardar os comprovantes de pagamento e observar as próximas faturas do cartão. É bom checar, também, se o fornecedor recebeu o pagamento e se não houve nenhuma falha na internet durante o processo”. Segundo a coordenadora, falhas na internet podem gerar pagamentos duplicados ou problemas durante as transações. Quanto a forma de pagamento, Maria Inês acredita que não existe diferença entre as opções. “Cada um tem sua disponibilidade para pagamentos. Em todas elas é necessário ter atenção e cuidado”, acrescenta.
Além de todas as precauções, o consumidor deve ter em mente que nem sempre o problema está no site acessado. As vezes, ele pode estar mais perto do que se imagina. Ter algumas ferramentas de segurança básicas no computador, como um bom processador antivírus, fazer uma pesquisa rápida antes da compra em sites como Reclame Aqui e Procon – DF e certificar-se se o servidor ou site acessado é verídico – para isso, a indicação do especialista de segurança é observar o pequeno cadeado ao lado do endereço de URL ou link. Se esse estiver verde, é mais um sinal da segurança do site – são sempre boas opções.
Para a estudante Juliana Carvalho, 20, nem todas as precauções a fazem ter segurança na hora de pagamentos pela internet. A moça tem medo do que pode acontecer e, por isso, não opta por boletos, cartões de crédito ou débito, mas sim, por lojas físicas. “Além do medo de clonagem e de acrescentarem gastos adicionais sem meu consentimento, eu tenho receio de fornecer os meus dados de pagamento pela internet”, explica. A jovem diz não se sentir segura com sites que salvam os dados pessoais dos clientes.
O analista jurídico do Instituto de Defesa do Consumidor do Distrito Federal (Procon – DF), Felipe Mendes, alerta que os consumidores desconfiem de ofertas muito vantajosas e de fornecedores que não ofereçam várias formas de pagamento. Outro ponto importante, para ele, é observar os sinais do site durante a compra, como as logos “verificado por…” ou “internet segura” e se o mesmo exibe os dados do fornecedor, como CNPJ, endereços de lojas físicas e o SAC.
>> Para evitar problemas na hora de compras e pagamentos online o Procon – DF dá algumas dicas. Fique ligado:
Buscar informações sobre o site, verificando se há reclamações no cadastro do Procon de seu Estado ou Município, e, ainda, coletando referências com amigos ou família
Verificar qual o endereço físico do fornecedor e se existe algum telefone ou e-mail para esclarecimento de eventuais dúvidas
Checar os procedimentos para reclamação, devolução do produto ou prazo para entrega
Verificar as medidas que o site adota para garantir a privacidade e segurança dos usuários
Não fornecer informações pessoais desnecessárias para realização da compra
Guardar todos os dados da compra, como nome do site, itens adquiridos, valor pago e forma de pagamento e número de protocolo da compra ou do pedido
Verificar se há despesas com fretes e taxas adicionais, bem como o prazo de entrega da mercadoria ou execução do serviço
Identificar o endereço físico da empresa e seus dados cadastrais, como CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica. O consumidor pode checar os dados cadastrais da empresa aqui
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