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RECADO ÀS MÃES

Publicado em Psicologia

Ser uma boa mãe é uma das missões mais difíceis para qualquer mulher. Há muito envolvido – vontade de acertar sempre, o que termina se transformando numa enorme fonte de autocobrança, de estresse; ocupações de todo tipo com o filho; preocupações, porque mãe sem preocupação não é mãe, pelo menos não terráquea; medos reais e irreais, alguns totalmente desprovidos de lógica; dúvidas de todos os naipes; cansaço; desânimo. Tudo isso no pacote, independentemente da alegria pelo nascimento da criança.

 

Os pais são importantes na vida dos filhos, mas, como dizem, “Mãe é mãe!”. E, quando as crianças são bem pequenas, a tendência é que elas sejam todo o nosso mundo, da mesma forma que podemos ser todo o mundo delas. Assim, aos poucos, as coisas vão entrando nos eixos. Os hormônios maternos vão se organizando, os bebês vão se alimentando e dormindo melhor. As rotinas vão se estabelecendo com menos sustos e sobressaltos. A turbulenta fase inicial dá lugar às fofas descobertas de ambas as partes e às gracinhas do bebê.

 

Só que, como eu costumo dizer, uma mãe tanto pode ser uma bênção quanto uma maldição na vida dos filhos. Felizmente a grande maioria transita nesse espectro mais para bênção, o que, inclusive, permitiu que nossa espécie se perpetuasse, que chegássemos onde chegamos. É a essas que me refiro neste texto, assim como a o que pode facilmente acontecer conforme os filhos vão crescendo. Enganam-se as mães que pensam que a primeira infância é a fase que delas exigirá mais equilíbrio e bom senso.

 

Nem todas conseguem lidar bem com o crescimento dos filhos, com o despertar do interesse deles pelo mundo, por outras pessoas, com o corte, agora simbólico, do cordão umbilical. Tem início uma nova fase na vida da criança e parece que toda aquela carga emocional do começo desaba novamente sobre a mãe.

 

É nesse momento que pode surgir, por exemplo, a mãe que, acreditando que só ela sabe o que é melhor para o filho, não ouve nem a criança nem ninguém, muitas vezes lançando mão de chantagem emocional para atingir seu objetivo de criar um ser perfeito que ela protegerá de tudo e de todos para que ele seja sempre feliz. E o resultado não pode ser bom. Aliás, são esses filhos que, quando crescem, enchem os consultórios dos psiquiatras e dos psicólogos.

 

Por tudo isso é que, quando sou procurada por uma mãe buscando psicoterapia para um filho, sempre digo que ela deve buscar ajuda para ela também. Porque, se ela, até mesmo tentando ser a melhor mãe do mundo, estiver criando problemas para esse filho, a conscientização e as mudanças de comportamento dela terão um impacto positivo sobre a criança.

 

Assim, quero deixar aqui um recado a todas as mães: Quer que seu filho seja emocionalmente saudável? Então torne-se ou mantenha-se emocionalmente saudável. Procure se conhecer. Procure se realizar também fora da maternidade. Mostre a seu filho que você é um ser humano, não a Mulher Maravilha, que pode errar, aprender com o erro e corrigir o próprio rumo. Mantenha o canal de comunicação entre vocês sempre aberto e um colo macio e quentinho pronto para recebê-lo quando ele precisar e quiser.

 

É comum encontrarmos crianças fora de controle, teimosas, agressivas, desafiantes, medrosas, ansiosas, deprimidas, que se mutilam, com comportamentos suicidas. E frequentemente vemos tudo isso em suas mães, que não conseguem atinar o quanto a forma de viver delas tem influência sobre seus filhos. Uma criança nunca estará bem se a mãe dela estiver mal. Simples assim. O fruto nunca cai longe do pé. Quer que seu filho seja feliz? Então seja feliz!

 

E tenha sempre em mente as palavras de Madre Teresa de Calcutá: ”Os filhos são como as águias, ensinarás a voar mas não voarão o teu voo. Ensinarás a sonhar, mas não sonharão os teus sonhos. Ensinarás a viver, mas não viverão a tua vida. Mas, em cada voo, em cada sonho e em cada vida permanecerá para sempre a marca dos ensinamentos recebidos”.

 

Parabéns a todas que se lançaram com todo o seu amor nessa grande aventura que é ser mãeQue Nossa Senhora, Mãe de todas as mães, as proteja!

 

Sugiro a leitura do texto MÃE É MÃE,também publicado neste blog.

 

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11 thoughts on “RECADO ÀS MÃES

  1. Adriana via WhatsApp: Maraci, eu desejo a você tudo de mais maravilhoso, você é uma grande mãe para todos que convivem com você. Você foi mais que uma mãe para mim, me ajudou, me deu carinho, atenção, me ouviu, desejou meu bem. Se isso não são afazeres de uma mãe eu não sei o que seriam. Por isso muito obrigada por ter feito parte de minha vida, queria muito que ainda fizesse de uma forma mais presente. Gosto muito de você que sempre está e estará em meus pensamentos e orações. Obrigada por ter sido essa mãezona.

  2. Regina Coeli via WhatsApp: Lindo texto. Amei rever a posição de Madre Teresa de Calcutá, uma grande mãe, entre muitos anjos a acolher filhos entre abraços e broncas necessárias. Mães são guerreiras da espada do amor, espada está que tem 2 lados, o amor e o não pertinente. O teu texto Maraci diz tudo, não tenho como acrescentar algo. Creio q há Mães q o são nesta 1a encarnação, são as que de tantos erros. as vezes acertam porque os que recebeu como filhos temporários a cuidar, já vieram com boa bagagem, outros vieram desprovidos ou com muito mais a aprender, daí vem os tombos, que são bênçãos te dizendo: “tu errou cara, levanta sacode a poeira e tenta de novo, de novo e de novo”. O que vale tanto para as mães qto aos pais.

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